
Parece que a motosserra não tira férias. Enquanto o mundo discute mudanças climáticas, a Amazônia Legal registrou um aumento de 4% no desmatamento entre agosto de 2023 e julho de 2024, segundo dados do DETER, sistema de alertas do INPE. São 9.781 km² de floresta que viraram pó – área equivalente a seis vezes a cidade de São Paulo.
Os números, divulgados nesta quinta-feira (8), mostram que os estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso lideram esse ranking nada honroso. Só no último mês de julho, os alertas saltaram 21% em comparação com o mesmo período do ano passado. Algo está muito errado nessa equação.
Onde a Floresta Mais Sangra
O Pará continua sendo o campeão indiscutível do desmate, respondendo por sozinho por 37% de toda a área destruída. Mas o Amazonas vem dando um show de horror – com aumento de 42% nos alertas. Parece que a fronteira do desmatamento está se deslocando para novas frentes, pressionando áreas antes mais preservadas.
Especialistas ouvidos pela reportagem apontam três fatores principais:
- Expansão descontrolada da pecuária
- Grilagem de terras públicas
- Falta crônica de fiscalização
"É como enxugar gelo", comenta um analista ambiental que prefere não se identificar. "Enquanto não houver políticas integradas, vamos continuar nesse ciclo vicioso."
O Jogo de Empurra-empurra
O governo federal jura de pés juntos que está fazendo sua parte, citando operações como a Guardiões do Bioma. Mas os números falam por si – e gritam. De outro lado, governadores da região amazônica reclamam de falta de recursos e pessoal para conter a devastação.
Enquanto isso, o relógio climático não para. Cada árvore derrubada é um golpe no nosso futuro. E você, acha que ainda dá tempo de virar esse jogo?