Finalmente uma notícia que vai fazer diferença no dia a dia de quem vive com os pés (e às vezes a casa) encharcados. O governo acaba de destinar nada menos que R$ 1,17 bilhão para obras urgentes de drenagem e contenção de encostas em 235 municípios espalhados por 26 estados. E olha, não é promessa eleitoral não — a verba já está garantida através do novo PAC, que parece estar começando com o pé direito.
Para se ter uma ideia da dimensão disso, estamos falando de 322 projetos específicos que vão desde a simples canalização de rios até complexas obras de estabilização de encostas que literalmente seguram a terra quando o céu resolve desabar. Algo que, convenhamos, tem acontecido com uma frequência assustadora nos últimos verões.
Onde o dinheiro vai chegar
O Ministério das Cidades — sim, aquele que a gente às vezes esquece que existe — mapeou as regiões mais críticas do país. E a distribuição? Bem equilibrada, diga-se de passagem. A região Nordeste, sempre castigada pelas chuvas irregulares (ou excessivas), receberá 30,4% do total. Já o Sudeste, com sua urbanização intensa e solos muitas vezes comprometidos, ficará com 24,8%. Norte, Sul e Centro-Oeste dividem o restante.
É dinheiro que vai direto para o problema. Não é para burocracia ou estudos que nunca saem do papel. São recursos para máquinas, concreto, tubos e mão de obra. Coisas tangíveis que, quando prontas, significam menos alagamentos, menos desmoronamentos e, o mais importante, menos famílias desabrigadas e menos vidas perdidas.
Mais do que obras, é segurança
Quem já viu a água invadindo a sala ou ouviu o barulho assustador de uma encosta cedendo sabe do que estou falando. Esse investimento é, na prática, um investimento em paz de espírito para milhares de brasileiros. Prevenção, essa palavra tão bonita e tão negligenciada, parece estar ganhando o respeito que merece.
Claro, sempre tem aquele pessimista que diz "ver para crer". E com razão, dado nosso histórico de obras intermináveis. Mas desta vez o anúncio vem com números claros, metas definidas e um cronograma que — tomara! — seja cumprido. Fica a torcida para que as prefeituras, agora com os recursos em mãos, façam sua parte com agilidade e transparência.
No fim das contas, é assim que se constrói um país mais resiliente: investindo no básico, no essencial, naquilo que protege seus cidadãos dos caprichos da natureza. Um passo importante, sem dúvida.
