Jardim Paraíso em alerta: moradores exigem modernização da iluminação pública
Jardim Paraíso: luta por iluminação pública digna

Quem passa pelo Jardim Paraíso depois do pôr do sol sabe: a escuridão parece mais densa do que deveria. Não é impressão — é a realidade de um bairro onde os postes oscilam entre o pisca-pisca desesperado e o apagão permanente. E os moradores? Cansados de esperar.

O cenário noturno que preocupa

"Parece cenário de filme de terror", brinca Dona Marta, residente há 15 anos, enquanto aponta para um poste inclinado que faz sombra em zigue-zague. Das 20 lâmpadas da sua rua, pelo menos 7 estão mortas há meses. Outras três piscam como vela prestes a apagar.

Não é só estética — é segurança. A falta de luz transforma esquinas em pontos cegos, calçadas em armadilhas. "Minha filha voltava da faculdade e quase foi assaltada ali na curva", conta o aposentado Osvaldo, mostrando o local onde a sombra engole qualquer vulto após as 19h.

O abaixo-assinado que ganhou força

O que começou com murmúrios no boteco virou movimento organizado:

  • 147 assinaturas colhidas em 3 semanas
  • 7 ruas mapeadas com os piores pontos
  • 3 reuniões frustradas com a prefeitura

"Cansei de ouvir que 'está em análise'", dispara Renata, líder comunitária. Ela lembra que o último "projeto de modernização" prometido data de 2019 — e sumiu após as eleições.

Além da troca de lâmpadas

Os moradores não querem só conserto, querem evolução:

  1. Substituição por LEDs de alta eficiência
  2. Sensores de movimento em áreas estratégicas
  3. Manutenção preventiva trimestral

"Na Vila Progresso já fizeram isso ano passado e os índices de criminalidade caíram 40%", argumenta Carlos, mostrando dados no celular entre um gole de café e outro. A prefeitura, por sua vez, alega "restrições orçamentárias" — embora tenha aprovado verba para nova iluminação na área turística.

Enquanto isso, no Jardim Paraíso, as sombras se alongam. E os moradores, cada vez menos pacientes, prometem transformar o grito por luz em ação concreta. "Se não ouvirem nosso pedido, vão ouvir nosso protesto", avisa Dona Marta, acendendo mais uma vela — dessa vez, simbólica.