Filhote de capivara ferido é resgatado em Mogi das Cruzes — veja como ele está agora
Capivara ferida é resgatada em Mogi das Cruzes

Era uma tarde como qualquer outra em Mogi das Cruzes — até que um morador, indo ligeiro pro mercado, quase pisou num pequeno vulto marrom tremendo no meio da calçada. Um filhote de capivara, não maior que um travesseiro, com um corte feio na pata traseira.

"Parecia que ele tinha enfrentado umas das nossas ruas de paralelepípedo e perdeu", contou o pedreiro Raimundo Silva, 54, que avistou o bichinho primeiro. "Tava encolhido que dava dó. Nem corria quando me aproximei."

Operação resgate

O que se seguiu foi uma daquelas cenas que restauram um pouco a fé na humanidade:

  • Três vizinhos improvisaram uma barreira com caixas de papelão pra proteger o animal assustado
  • Uma adolescente ligou pra polícia ambiental antes mesmo de chamar a mãe
  • Dois agentes chegaram em 17 minutos (incrível, né?) com uma caixa de transporte e um cobertor térmico

"Ele devia ter uns dois meses no máximo", estimou a médica veterinária Dra. Luana Mendes, que atendeu o caso. "A ferida era profunda, mas limpa — provavelmente de vidro ou metal. Capivaras jovens são curiosas demais pela própria segurança."

E agora?

Depois de uma dose de antibiótico que faria qualquer humano invejar a rapidez do efeito, o pequeno paciente — apelidado de "Mogizinho" pela equipe — está em observação num centro especializado. Se tudo correr bem, em algumas semanas ele poderá ser reintegrado ao grupo que vive às margens do rio Tietê.

Mas aqui vai um detalhe que pouca gente sabe: capivaras são animais profundamente sociais. "Isolá-lo completamente seria cruel", explica Mendes. Por isso, os tratadores estão usando gravações de chamados da espécie e até um bichinho de pelúcia como "companheiro provisório".

Quem passa pelo local do resgate agora até ri: alguém colou um aviso na árvore mais próxima — "Atenção capivaras: calçada em obras, usar o caminho alternativo". A cidade, afinal, é delas também.