Quem diria que um simples túnel poderia causar tanta diferença na vida dos bichos? Pois é exatamente isso que está acontecendo no Sertão do Ribeirão, em Florianópolis. As novas estruturas de passa-faunas — aquelas pontes e túneis especiais para animais — estão virando o jogo na proteção da fauna local.
Uma solução simples que está fazendo história
Enquanto muitas cidades ainda discutem teorias, Florianópolis colocou a mão na massa. Os números falam por si: desde a instalação dos primeiros passa-faunas, os atropelamentos de animais silvestres caíram quase 60% na região. Não é incrível?
"A gente via muito tatu, ouriço, até pequenos mamíferos sendo vítimas do trânsito", conta o biólogo Marcelo Costa, que acompanha o projeto desde o início. "Agora, com os corredores seguros, os bichos estão reaprendendo a circular sem medo."
Como funciona na prática?
- Túneis subterrâneos para espécies que preferem ficar no chão
- Pontes arborizadas acima das estradas para os mais aventureiros
- Sinalização especial para alertar os motoristas
- Câmeras noturnas para monitorar o uso sem perturbar os animais
E o melhor? A prefeitura já planeja expandir o projeto para outras áreas de risco. "Temos mapeado os principais corredores ecológicos da cidade", explica a secretária de Meio Ambiente, Juliana Martins. "É um trabalho de formiguinha, mas que vai deixar um legado."
O que os especialistas estão dizendo
Para quem acha que é só mais um projeto qualquer, os pesquisadores garantem: essa iniciativa está virando referência nacional. "Florianópolis acertou em cheio ao unir urbanização e conservação", elogia a professora de Ecologia Urbana da UFSC, Dra. Ana Lúcia Pontes.
Mas não pense que foi fácil. O projeto levou dois anos de estudos antes de sair do papel — tempo que incluiu até análise de hábitos noturnos dos animais. "Cada espécie tem seu jeito de cruzar", revela o engenheiro ambiental Ricardo Souza. "Tivemos que adaptar cada estrutura."
E você, já parou pra pensar como seria legal se todas as cidades seguissem esse exemplo? Enquanto isso não acontece, Florianópolis segue mostrando que desenvolvimento e natureza podem, sim, andar juntos. Quem viver, verá!
