
O céu vai virar um balde d'água no Rio Grande do Sul — e não é exagero. A Defesa Civil e o Inmet soltaram o verbo: o fim de semana promete pancadas que vão do "molha só um pouquinho" ao "melhor tirar os bichos de estimação do chão".
Se você já achou que o inverno gaúcho estava comportado, esqueça. Entre sábado e domingo, as nuvens carregadas vão descarregar sua fúria especialmente no norte e nordeste do estado. E olha que não é aquela chuvinha romântica pra curtir embaixo do edredom — falamos de volumes que podem ultrapassar os 100mm em algumas regiões.
Onde a coisa vai pegar
Os meteorologistas estão de olho em três áreas críticas:
- Vale do Taquari: ainda traumatizado pelas enchentes de maio
- Serra Gaúcha: onde a água desce morro abaixo como se não houvesse amanhã
- Fronteira com SC: sempre aquela zona de "quem leva mais água"
"Tem tudo pra dar merda", admitiu um técnico da Defesa Civil que preferiu não se identificar. Ele não exagerou — os solos já estão encharcados desde a última semana, o que aumenta o risco de deslizamentos em encostas e alagamentos relâmpago.
Manual de sobrevivência urbana
Se você é daqueles que acha que guarda-chuva resolve tudo, temos más notícias:
- Evite sair de casa durante os picos — não adianta ser herói
- Se mora em área de risco, tenha um plano B (e C, e D)
- Não tente atravessar ruas alagadas — seu carro não é anfíbio
- Carregue o celular sempre — quando a luz vai, o desespero vem
Ah, e aquela história de "mas nunca aconteceu nada aqui"? Esquece. Em 2023, bairros que nunca tinham alagado viraram piscinas públicas. Melhor prevenir do que nadar contra a correnteza, literalmente.
Para quem depende da estrada, a dica é ouro: fique longe das BR-386 e BR-116 durante os horários de chuva forte. Os caminhoneiros já sabem — nessas horas, vale mais a pena perder tempo do que perder o caminhão.
Os agricultores, esses já estão rezando (e não é pra chover). As lavouras de trigo e os vinhedos não aguentam mais tanta água. "A uva tá quase virando balão", brincou amargamente um produtor de Bento Gonçalves.
O Inmet promete atualizações a cada seis horas — mas, entre nós, se o céu escurecer e o vento começar a assobiar, não espere pelo boletim oficial. Gaúcho inteligente já sabe: quando a natureza fala alto, melhor abaixar a cabeça e se proteger.