
Parece que o inverno resolveu apertar o botão do turbo em Piracicaba. Nesta segunda-feira (4), a cidade viveu a tarde mais seca do ano — e olha que agosto mal começou. Segundo dados da USP, o índice de umidade relativa do ar despencou para níveis preocupantes, batendo um recorde nada animador.
Os termômetros — ou melhor, os higrômetros — registraram números que fariam qualquer paulista tossir. A umidade caiu para míseros 20%, patamar que a Organização Mundial da Saúde classifica como estado de alerta. "Quando chega nesse nível, é como se o ar estivesse roubando água do seu corpo", comenta o meteorologista Carlos Magno, em tom que mistura preocupação com um toque de humor árido.
Efeitos no corpo e na cidade
Quem vive na região sabe: nesses dias, até as plantas parecem pedir água. Mas os efeitos vão muito além:
- Olhos ardendo como se tivessem passado no liquidificador
- Garganta mais seca que piada de tiozão no churrasco
- Risco aumentado de problemas respiratórios — especialmente em crianças e idosos
E não é só o pessoal que sofre. Até o asfalto parece reclamar, com rachaduras aparecendo como rugas prematuras. "É um cenário típico de desertificação", alerta a pesquisadora ambiental Luana Baptista, enquanto ajusta seu umidificador pessoal — item que virou melhor amigo dos piracicabanos ultimamente.
O que fazer quando o ar vira um deserto?
Se você está lendo isso enquanto sente a língua grudar no céu da boca, anota aí:
- Beba água como se fosse seu emprego — no mínimo 2 litros por dia
- Vire o dono da toalha molhada no quarto (sim, aquela técnica da vovó funciona)
- Evite exercícios entre 10h e 16h, quando o sol está mais "bravo"
- Invista em umidificadores ou bacias com água nos ambientes
"Tem gente que acha exagero, mas níveis abaixo de 30% já são considerados preocupantes", explica a pneumologista Dra. Fernanda Castro, enquanto atende mais um paciente com crise de rinite alérgica — diagnóstico que virou rotina no seu consultório.
E olha que a previsão não anima: os próximos dias devem continuar com umidade baixa, típica desse período do ano. "Agosto sempre foi o mês mais seco, mas este ano parece que resolveu superar a si mesmo", brinca o agricultor José Roberto, enquanto observa sua plantação de laranjas — que, diga-se de passagem, está precisando de cuidados extras.
Enquanto isso, os piracicabanos seguem na batalha diária contra o ar seco, alternando entre copos d'água e umidificadores. Resta torcer — ou melhor, espernear — por uma frente fria que traga algum alívio. Até lá, é hidratação na veia e paciência no coração.