
Pois é, parece que Campinas resolveu dar um banho — literalmente — quando o assunto é cuidar do básico. A cidade paulista acaba de assumir o topo do pódio no ranking nacional de investimento em saneamento por habitante. E olha que não foi por pouco: os números são tão expressivos que deixam outras metrópoles no chinelo.
Enquanto muita gente ainda torce o nariz para discussões sobre esgoto tratado e água limpa, Campinas tá lá, fazendo a lição de casa direitinho. Quer um exemplo? Só no último ano, cada morador da cidade "valeu" quase o dobro da média nacional em investimentos do setor. Algo em torno de R$ 350 por cabeça — dinheiro que, convenhamos, faz muita diferença quando bem aplicado.
Não é só cana e tecnologia
Quem pensa que Campinas vive só de universidades e parques tecnológicos pode repensar os conceitos. A cidade — que já foi chamada de "Princesa d'Oeste" — mostra que desenvolvimento urbano passa, necessariamente, por infraestrutura decente. E saneamento, meu amigo, é o alicerce de qualquer lugar que se preze.
Os números não mentem:
- Cobertura de água tratada beirando os 100%
- Quase 95% do esgoto coletado e tratado
- Perdas na distribuição abaixo da média nacional
Não é à toa que o pessoal do setor vive citando Campinas como caso de estudo. "Tem cidade que gasta muito e faz pouco. Campinas faz o contrário", soltou um especialista que prefere não se identificar. E faz sentido — afinal, de que adianta ter arranha-céus se o básico não funciona?
O segredo? Continuidade
Aqui vai um pulo do gato que muitas administrações ignoram: projetos de saneamento não são feitos para durar um mandato. Campinas, aparentemente, entendeu isso há tempos. Os investimentos pesados na área vêm de uma sequência de gestões — independente de partido ou ideologia.
"Quando você trata saneamento como política de Estado, e não de governo, os resultados aparecem", explica uma técnica da prefeitura, entre um gole de café e planilhas de Excel abertas. Ela tem razão. Enquanto outras cidades vivem no "faz e desfaz", por lá a coisa segue um rumo.
Claro que nem tudo são flores. Ainda há bairros periféricos com deficiências, e os desafios — como em qualquer lugar grande — não são poucos. Mas convenhamos: quando o assunto é colocar dinheiro onde o povo realmente precisa, Campinas está dando show.