
Parecia um dia comum em Dourados — até que o céu escureceu de repente e o vento começou a rugir como um animal enfurecido. Em questão de minutos, o que era uma tarde tranquila se transformou num pesadelo de ventania que ninguém na cidade vai esquecer tão cedo.
Nove gigantes verdes, árvores que levavam décadas crescendo pacificamente pelas ruas da cidade, foram arrancadas pela raiz com uma força brutal. Uma delas, pasmem, caiu em cima de uma casa — e olha que sorte incrível: ninguém se machucou gravemente, mas o susto foi daqueles que ficam na memória.
O temporal não escolheu vítimas: atingiu desde o Jardim Flórida até o Centro, espalhando destruição por vários cantos. Telhados voaram, calçadas viraram montanhas de entulho e o poder simplesmente desapareceu em várias regiões.
"Parecia um filme de terror", relata moradora
Dona Maria das Graças, que mora há 40 anos no Jardim Flórida, contou que nunca tinha visto coisa parecida. "O barulho era assustador — madeira rachando, vidro quebrando, e aquele vento uivando como se fosse o fim do mundo. A gente ficou apavorado, pensando que a casa ia vir pelo avesso".
Os bombeiros, heróis do dia, trabalharam sem parar atendendo chamados desesperados. Eles precisaram ser estratégicos: priorizaram os casos mais graves, onde havia risco de vida real. Afinal, quando a natureza decide mostrar sua força, não adianta querer brigar — é melhor se proteger e esperar passar.
Além das árvores: os estragos invisíveis
Enquanto os galhos quebrados e troncos caídos chamam atenção imediata, os prejuízos menos visíveis podem doer ainda mais no bolso dos moradores. Telhas quebradas, muros rachados, cercas destruídas — e aí vem aquele aperto no coração na hora de calcular os reparos.
A Defensoria Pública já acenou com possibilidade de ajuda, mas sabemos como essas coisas funcionam: trâmites, papeladas, espera. Enquanto isso, o povo se vira como pode — porque a vida não para, mesmo quando o vento resolve fazer estrago.
O clima em Mato Grosso do Sul anda mesmo de mal humor ultimamente. Especialistas (aqueles que estudam o tempo, não os de WhatsApp) alertam que essas tempestades violentas podem se tornar mais frequentes — e aí é melhor estarmos preparados.
Uma lição que ficou: árvores urbanas precisam de cuidado constante, não só pela sombra e beleza, mas pela segurança de todos. Porque quando uma centenária resolve deitar no meio da rua, o problema é grande.
Dourados se recupera aos poucos, com aquela resiliência típica do interior — onde todo mundo se conhece e se ajuda nos momentos difíceis. Mas a memória do vendaval de setembro de 2025 vai ficar marcada na cidade, e nas histórias que os moradores vão contar por anos.