
O sertão paraibano está entregue às chamas. Literalmente. Há cinco longos dias, um incêndio florestal de proporções assustadoras consome a vegetação da região de Serra Branca, e a situação está longe de ser controlada. O fogo, alimentado por ventos fortes e pela vegetação seca típica do período, já devorou nada menos que 40% da cobertura vegetal nativa. Um verdadeiro desastre ecológico em curso.
Imagina a cena: o ar pesado, carregado de fumaça, e um céu alaranjado onde deveria estar o azul. É assim que moradores da região têm vivido. As equipes do Corpo de Bombeiros estão no campo, claro, mas enfrentam uma batalha hercúlea. O combate direto às chamas é a principal estratégia, mas o terreno acidentado e a dificuldade de acesso complicam tudo.
Uma Luta Contra o Tempo e os Elementos
Não é exagero dizer que é uma guerra. Os bombeiros, esses heróis anônimos, trabalham sem descanso. Eles usam abafadores e bombas costais na tentativa de criar barreiras e impedir o avanço do fogo. Mas o vento, ah, o vento é um inimigo traiçoeiro. Ele muda de direção sem avisar e espalha as chamas com uma velocidade que assusta.
E o pior? Ainda não se sabe ao certo o que deu origem a essa tragédia. As investigações estão só no começo, mas a suspeita paira no ar: ação humana. Seja por um descuido fatal, uma queimada ilegal que fugiu do controle ou, Deus nos livre, algo intencional. A verdade é que, neste exato momento, o que importa é apagar o fogo.
O Preço da Devastação
Quarenta por cento. Parece um número abstracto, mas traduzindo: é quase metade de um ecossistema único, a caatinga, que leva décadas para se recompor. A perda é incalculável. Estamos a falar de árvores nativas, da fauna que perdeu seu habitat, do solo que fica exposto e vulnerável. O prejuízo ambiental vai ecoar por muitos, muitos anos.
Para a população local, o cenário é de apreensão e desconforto. A fumaça densa é um perigo para a saúde, especialmente para idosos e crianças, e paira uma sensação de impotência. A comunidade, é justo dizer, tem ajudado no que pode, mas a dimensão do problema exige muito mais.
Enquanto as labaredas não são domadas, a pergunta que fica é: quando é que o sertão vai poder respirar aliviado de novo?