Família sobrevive a ataque de abelhas em Alenquer — galinhas, patos e cães não resistem
Família sobrevive a ataque mortal de abelhas em Alenquer

Imagine só: um dia tranquilo no interior do Pará, e de repente — zumbidos ensurdecedores. Foi assim que a família Silva (nome fictício para preservar a identidade) descreveu o momento em que centenas de abelhas africanizadas invadiram seu quintal em Alenquer. "Parecia um filme de terror", contou Maria, uma das vítimas, ainda tremendo ao lembrar.

Os bichinhos de estimação não tiveram chance. As galinhas, que minutos antes ciscavam despreocupadas, caíram primeiro. Os patos — ah, coitados — tentaram fugir para o rio próximo, mas as abelhas eram implacáveis. Até o cachorro da família, um vira-lata corajoso chamado Bolinha, não resistiu. "Ele tentou nos proteger até o último segundo", disse João, o pai da família, com a voz embargada.

O resgate que parecia impossível

Quando os bombeiros chegaram, a cena era de caos. "Nunca vi nada parecido em 15 anos de serviço", admitiu um dos socorristas. A família, picada dezenas de vezes, foi levada às pressas para o hospital municipal. Curiosamente — ou por sorte —, nenhum deles era alérgico.

Os médicos ficaram surpresos com a quantidade de picadas. "Em casos assim, o choque anafilático é quase inevitável", comentou a Dra. Fernanda, que acompanhou o caso. Mas contra todas as expectativas, após duas noites de observação, todos receberam alta. Com dor, claro, mas vivos.

E agora?

O caso levantou um debate importante: como prevenir esses ataques? Especialistas dizem que as abelhas africanizadas — mais agressivas que as europeias — estão se espalhando pela região. "É preciso cuidado ao mexer em árvores ocas ou caixas abandonadas", alerta o biólogo Carlos Menezes.

Enquanto isso, a família Silva tenta reconstruir a vida. Sem os animais que eram quase parte da família, a casa parece mais vazia. Mas, como diz Dona Maria: "A gente reclama da vida até levar 50 picadas de abelha. Depois disso, até o ar que respiramos parece um presente".