
Não foi uma manhã qualquer na Baixada Santista. Quem acordou cedo se deparou com um cenário digno de filme catástrofe — ruas transformadas em rios, carros boiando como barcos e o caos instalado em cada esquina. A chuva, daquelas que parecem ter raiva do asfalto, despejou sua fúria sem piedade.
E olha que não foi pouco: em menos de três horas, alguns bairros registraram volumes equivalentes a uma semana inteira de precipitação. Santos, São Vicente e Guarujá lideraram o ranking do caos, com pontos de alagamento que paralisaram vias estratégicas.
Os estragos em números
- Mais de 50 ruas completamente intransitáveis
- 3 deslizamentos de terra em áreas de risco (felizmente sem vítimas)
- 5 ônibus coletivos ficaram parados em meio à água
- Inúmeros motoristas abandonaram seus veículos
Os bombeiros? Trabalhando no limite. Atendimentos a chamados de resgate triplicaram em relação a uma manhã normal. "É como se o céu tivesse decidido nos testar hoje", comentou um sargento, já visivelmente exausto, enquanto ajudava a retirar uma família idosa de sua casa ameaçada pela água.
O trânsito que virou pesadelo
Quem precisou se deslocar pela região conheceu o significado real da palavra "paciência". A Marginal da Praia, normalmente congestionada, transformou-se num estacionamento a céu aberto. Motoristas relataram ficar mais de duas horas para percorrer trechos que normalmente levam 15 minutos.
"Parecia aquela cena do Dilúvio, só faltou a arca de Noé", brincou — com um sorriso amarelo — um taxista que preferiu não se identificar. A Defesa Civil emitiu alertas para evitar deslocamentos desnecessários, mas, convenhamos, quem consegue adivinhar quando a natureza vai surtar?
E agora?
Com a previsão do tempo indicando mais chuva para as próximas horas, a situação pode piorar antes de melhorar. As equipes municipais trabalham contra o relógio para desobstruir bueiros e galerias, mas é como enxugar gelo — enquanto limpam um ponto, outro entra em colapso.
Moradores de áreas vulneráveis receberam orientação para ficarem atentos a possíveis evacuações. Enquanto isso, o conselho é simples: se não for urgente, melhor ficar em casa. A menos, é claro, que você tenha um barco estacionado na garagem.