
Parece que o céu resolveu desabar de vez sobre Cabedelo. Enquanto a maioria da Grande João Pessoa enfrentava chuvas moderadas, o município vizinho levou a pior — e como! Em apenas meia dúzia de horas, as ruas viraram rios, e os moradores, náufragos urbanos.
Dados do Centro de Monitoramento Meteorológico mostram números alarmantes: enquanto João Pessoa registrava 85mm, Cabedelo ultrapassou os 120mm. "Nunca vi coisa igual", conta Dona Maria, dona de um pequeno comércio na orla, enquanto tirava água do estabelecimento com um balde furado — literalmente enxugando gelo.
O caos na prática
As principais avenidas ficaram intransitáveis antes mesmo do amanhecer. Na Avenida Beira Rio, carros boiavam como se fossem de brinquedo. E olha que nem estamos falando da maré alta, que costuma complicar a vida por ali.
- Três escolas municipais tiveram as aulas suspensas
- O comércio abriu com atraso — os que conseguiram abrir
- Pelo menos 15 famílias foram removidas de áreas de risco
O Corpo de Bombeiros trabalhou no modo "socorro 24/7", realizando mais de 30 resgates. "É como se a cidade tivesse virado um piscinão a céu aberto", brincou (ou não) um dos soldados, enquanto carregava uma senhora de 80 anos nas costas.
E agora, José?
A prefeitura já declarou estado de alerta, mas os moradores reclamam da falta de prevenção. "Todo ano é a mesma novela", desabafa o pedreiro José Carlos, enquanto tira lama da sala de casa. Ele tem razão — em 2023, a cena foi parecida.
Os meteorologistas avisam: mais chuva vem por aí. E Cabedelo, com seu sistema de drenagem que parece ter sido feito para o clima do Saara, certamente continuará na mira das nuvens carregadas. Resta saber se as autoridades vão agir ou se limitarão a distribuir sacos de areia quando a água já estiver na cintura.