
Não é de hoje que o coração dos mineiros bate mais forte quando o assunto é barragem. E dessa vez, o cenário em Brumadinho — sim, aquele mesmo que ainda sangra pela tragédia de 2019 — voltou a acender o sinal vermelho.
Segundo boletim oficial divulgado nesta quarta-feira (24/07), a barragem B3/B4 da Vale, localizada no Córrego do Feijão, teve seu nível de alerta elevado para emergência. O que isso significa na prática? Que o risco de ruptura deixou de ser uma possibilidade distante para se tornar uma ameaça concreta.
O que está acontecendo?
Os instrumentos de monitoramento captaram movimentação anormal na estrutura — coisa que, convenhamos, ninguém quer ouvir quando se trata de uma barragem a apenas 10 km do centro da cidade. A Defesa Civil estadual já foi acionada e, segundo fontes, está "com o pé no acelerador" para evitar o pior.
Detalhe preocupante: essa mesma barragem já estava classificada como de "alto risco" desde 2020. Só que agora, com os novos dados, o nível de perigo deu um salto que deixou até os técnicos mais experientes de cabelo em pé.
E os moradores?
Enquanto isso, na região...
- As sirenes de alerta soaram por volta das 15h, causando correria nas ruas
- Alguns moradores mais velhos — que já viveram o pesadelo em 2019 — começaram a evacuar por conta própria
- A prefeitura ainda não decretou evacuação oficial, mas montou postos de apoio
"A gente vive num fio de navalha desde o rompimento da barragem do Córrego do Feijão", desabafa Maria das Graças, dona de um pequeno comércio na região. "Dormir tranquilo? Só quando a Vale sair de vez daqui."
O que dizem as autoridades?
Em nota, a Vale garantiu que "todos os protocolos de segurança foram acionados" e que está trabalhando "em conjunto com os órgãos competentes". Já o governo de Minas Gerais preferiu ser mais cauteloso: "Monitoramos hora a hora, mas ainda não há motivo para pânico".
Curiosamente (ou não), o nível do reservatório está abaixo do normal para esta época do ano. O que levanta questões: será que o problema está na estrutura mesmo, ou em algum fator externo que passou despercebido?
Uma coisa é certa: em Brumadinho, o passado e o presente parecem se encontrar num jogo perigoso. E nessa partida, quem sempre sai perdendo é quem menos pode se defender.