
Parece que a história está se repetindo em Minas Gerais — e ninguém quer ver esse filme de novo. A Agência Nacional de Mineração (ANM) acaba de acender a luz vermelha na barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho. Dessa vez, não é alarme falso: instrumentos detectaram movimentação no maciço que deixou os técnicos com os cabelos em pé.
"Quando o solo começa a falar, é melhor escutar", diz um engenheiro que acompanha o caso, pedindo anonimato. E o que ele está dizendo? Que a situação é, no mínimo, para tirar o sono.
O que está acontecendo?
Desde ontem à noite, os equipamentos de monitoramento não param de apitar. A inclinação da estrutura aumentou 5mm em 24 horas — pode parecer pouco, mas em barragens, até um milímetro conta. A ANM não brinca em serviço e já elevou o nível de emergência para 3, o mais alto da escala.
- Nível 1: Atenção
- Nível 2: Alerta
- Nível 3: Emergência (atual)
Moradores da região — aqueles que ainda conseguiram voltar depois do trauma de 2019 — estão entre a incredulidade e o pânico. "A gente vive com um pé atrás desde aquela tragédia", conta Dona Maria, dona de um pequeno comércio a 3km da barragem.
E agora?
O protocolo é claro: com o nível 3, a sirene pode tocar a qualquer momento. A Defesa Civil já está de malas prontas, mas insiste que ainda não é hora de correr. "Estamos monitorando minuto a minuto", garante o coordenador regional.
Enquanto isso, a mineradora responsável — que prefere não ser nomeada até ter mais informações — soltou um comunicado cheio de termos técnicos que, no fundo, diz pouco. Só confirmou que "há anomalias sendo analisadas".
O pior? O tempo não ajuda. As chuvas dos últimos dias saturaram o solo, e os meteorologistas preveem mais água por aí. Uma combinação perigosa que todo mineiro conhece bem.
Será que vamos repetir janeiro de 2019? A ANM jura que não, mas o povo de Brumadinho já aprendeu a desconfiar de promessas. Fiquem ligados — essa história ainda vai dar o que falar.