Indústria paranaense com quase mil funcionários decreta férias coletivas após cancelamento de pedidos dos EUA
Indústria no PR para produção após queda em pedidos dos EUA

Não é todo dia que quase mil pessoas recebem a mesma notícia de uma só vez. Mas na última quinta-feira (7), a realidade bateu à porta de uma grande indústria no Paraná: férias coletivas para todos. E não foi por causa de algum feriado prolongado ou festividade local.

O motivo? Uma tesourada nos pedidos internacionais — principalmente dos Estados Unidos — que deixou a produção praticamente sem destino. A empresa, que prefere não ser identificada (mas que todo mundo na região conhece), teve que tomar a decisão difícil de parar as máquinas por um tempo.

O que aconteceu exatamente?

Parece que o mercado americano deu uma esfriada nos últimos meses. E quando os grandes compradores do Norte apertam o cinto, as fábricas aqui no Sul sentem o baque. Segundo fontes internas, pelo menos três contratos milionários foram cancelados sem muita explicação.

"A gente vinha sentindo o clima pesado desde junho", comenta um funcionário que pediu anonimato. "Mas quando chegou o comunicado oficial, foi como um balde de água fria."

E agora?

A direção garante que é uma medida temporária — algo entre 15 a 30 dias. Mas ninguém esconde a preocupação:

  • Como ficam os salários durante esse período?
  • Será que quando voltarem, todos os postos estarão garantidos?
  • E o impacto na economia local, onde boa parte do comércio depende desses trabalhadores?

Enquanto isso, o sindicato já marcou reuniões extraordinárias. "Vamos lutar para que nenhum direito seja violado", adiantou o presidente da entidade, em tom que misturava determinação e cautela.

O clima na cidade? Tensão disfarçada de normalidade. Nas padarias e bares próximos à fábrica, o assunto domina as conversas. "Se eles param, a gente também sente", resume a dona de um pequeno mercado, enquanto arrumava as prateleiras meio sem vontade.

Resta saber se essa é apenas uma marola passageira ou o primeiro sinal de tempestade maior no horizonte industrial paranaense. Por enquanto, o jeito é esperar — e torcer para que o telefone toque com novas encomendas.