TCU trava leilão do Túnel Santos-Guarujá: entenda o cabo de guerra que paralisa obra bilionária
TCU pede suspensão do leilão do Túnel Santos-Guarujá

Eis que surge mais um capítulo — dos bons — no imbróglio do túnel imerso entre Santos e Guarujá. Desta vez, quem segura a ponta da corda é o procurador Lucas Furtado, do TCU, com um pedido que fez tremer as estruturas do Ministério dos Transportes.

Numa jogada que pegou muitos de surpresa, Furtado solicitou nada menos que a suspensão imediata do leilão marcado para o dia 10 de outubro. Motivo? Ele alega que o edital tá cheio de falhas graves e que a modelagem econômico-financeira simplesmente não se sustenta.

O pulo do gato (ou do procurador)

O que esse homem viu que outros não viram? Segundo ele, a planilha de custos da União — sim, nós, contribuintes — pode dar um prejuízo colossal. O valor da outorga foi fixado em R$ 2,1 bilhões, mas as projeções de tráfego são, nas palavras dele, "superdimensionadas e irreais".

Traduzindo: tão botando fé num movimento de carros que talvez nunca exista. E se não existir, quem paga a conta? Advinha.

O timing mais do que suspeito

Aqui é que a coisa fica ainda mais suja. O procurador cutucou um detalhe nojento: o edital foi publicado um dia depois que o TCU emitiu um aviso recomendando ajustes. Um dia! Como se diz por aí: passaram a rodo no tribunal.

Não satisfeito, Furtado soltou a pérola: "Há fortes indícios de direcionamento ilegal". Ou seja, pode ter maracutaia pra favorecer algum grupo específico. E isso, meus amigos, é pum na grupiara.

E agora, José?

Com o pedido de suspensão na mesa, a bola agora está com o ministro Bruno Dantas, relator do caso no TCU. Ele pode dar um basta imediato ou deixar rolar — o que seria, convenhamos, uma temeridade sem tamanho.

Enquanto isso, o Ministério dos Transportes se mantém naquele silêncio ensurdecedor de sempre. Ninguém se manifesta, ninguém explica, ninguém assume.

E o povo de Santos e Guarujá? Fica na mesma: engolindo poeira e trânsito infernal, sem perspectiva de alívio. Porque quando o jogo é político, quem sempre se ferra é o cidadão comum.

Uma obra essencial, aguardada há décadas, agora refém de mais essa novela. Até quando?