
Eis que a Polícia Federal resolveu dar uma aula de contabilidade – daquelas que doem no bolso – para um grupo pouco recomendável em Roraima. Na mira? Um esquema de desvio de verbas públicas que tinha como alvo justamente quem mais precisa: crianças indígenas.
Não é brincadeira não. A operação "Ombro Amigo" – ironia das boas, convenhamos – cumpriu nesta quarta-feira (4) mandados de busca e apreensão em Boa Vista e Mucajaí. Dois suspeitos já foram presos preventivamente, e o juiz ainda determinou o bloqueio de nada menos que R$ 1,2 milhão em bens dos investigados.
O modus operandi da farra com o dinheiro público
Como será que essa galera operava? A investigação, que já rola há tempos, aponta que os envolvidos maquiavam licitações e contratos de fornecimento de merenda escolar. A rede de ensino estadual indígena era o alvo principal.
E não era um desvio qualquer, não. Os caras superfaturavam produtos, inventavam notas fiscais frias – aquele papel que não vale o que pesa – e, pasmem, chegavam a registrar a entrega de alimentos que simplesmente… nunca existiram. Um verdadeiro festival de criatividade para o mal.
As consequências reais por trás dos números
O pior de tudo isso? Não são só números numa planilha. Esse dinheiro que sumia deveria comprar comida de verdade para alunos de comunidades indígenas. Crianças que, muitas vezes, dependem da merenda escolar como uma de suas refeições principais do dia.
É de cair o queixo, não é? Enquanto uns enriqueciam ilicitamente, outros possivelmente ficavam com pratos vazios. A PF investiga se o esquema contou com a participação de servidores públicos – o que, francamente, não surpreende nesse tipo de caso.
Os desdobramentos e próximos passos
Os dois presos já devem estar tendo uma conversinha bastante incômoda com os delegados. Eles respondem por crimes de formação de quadrilha, fraude a licitação e desvio de verbas públicas. Se condenados, a coisa pode ficar feia – e olha que já está.
Além das prisões, a Justiça determinou o afastamento temporário de cargos públicos de alguns investigados. Uma medida cautelar mais do que necessária, diga-se de passagem.
O Ministério Público Federal e a PF seguem com as investigações. A tendência é que novos desdobramentem surjam – esse tipo de operação costuma ser só a ponta do iceberg. Fica o alerta para quem acha que brincar com o dinheiro que é de todos é um jogo sem consequências.