PF investiga esquema de desvio de combustível em veículos da saúde indígena no Pará
PF apura desvio de combustível da saúde indígena no Pará

Eis que a Polícia Federal resolveu botar o dedo na ferida de um esquema que, convenhamos, cheira mal desde o primeiro instante. No Pará, veículos destinados a levar saúde às comunidades indígenas estariam sendo usados como combustível — literalmente — para um golpe que deixaria qualquer um de cabelo em pé.

Segundo apurou nossa equipe, a coisa funciona mais ou menos assim: os carros — que deveriam estar rodando para atender populações vulneráveis — viram moeda de troca em um jogo sujo de superfaturamento e desvio de dinheiro público. E olha que estamos falando de um serviço essencial, daqueles que podem significar vida ou morte para quem depende dele.

O modus operandi

Detalhes preliminares indicam que:

  • Os valores declarados de abastecimento não batem com a quilometragem rodada (e a matemática aqui é elementar, meu caro Watson)
  • Há indícios de que parte do combustível era revendido — porque, claro, por que ajudar indígenas quando se pode encher o bolso?
  • Documentos foram adulterados com uma criatividade que, fosse usada para o bem, resolveria metade dos problemas do país

Não é de hoje que a saúde indígena no norte do país vive às turras com a falta de recursos. Mas usar justamente o que existe de mais precário para tirar vantagem? Isso é de uma baixeza que dispensa comentários.

As investigações

A PF já tem em mãos — e isso é informação quente — registros de abastecimento que não fazem o menor sentido. Tipo aquele carro que supostamente rodou 800 km em um dia, mas cujo hodômetro só marcou 150. Ou os mesmos veículos abastecidos em cidades diferentes no mesmo horário (ah, a mágica da bilocação automotiva!).

Os investigadores, que estão com os olhos mais arregalados que quem vê gasolina a R$ 7,00, já identificaram pelo menos três suspeitos diretos na jogada. E a lista pode aumentar — porque quando se mexe em merda, como diz o ditado, é difícil não feder.

Enquanto isso, nas comunidades indígenas, a realidade é outra: falta de transporte para levar pacientes graves, medicamentos que não chegam, e profissionais de saúde que precisam escolher quem atender primeiro. Tudo isso enquanto alguém enchia o tanque — e o bolso — às custas do erário.