Obra da Polícia Científica em Caruaru: Promessa que Vira Pesadelo e Prejudica Segurança
Obra da Polícia Científica em Caruaru atrasa e preocupa

Era pra ser uma solução. Uma resposta moderna para a criminalidade que assombra o interior de Pernambuco. Mas o que temos é um canteiro de obras parado – ou quase isso – e uma promessa que teima em não sair do papel. O Complexo Integrado de Perícia de Caruaru, que deveria estar revolucionando as investigações policiais na região, virou sinônimo de espera interminável.

O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) soltou o verbo esta semana. E não foram palavras bonitas. De acordo com a entidade, as obras do complexo simplesmente não saem do lugar. Um verdadeiro déjà vu para quem acompanha o ritmo – ou a falta dele – das construções públicas no estado.

O Que Diz o Sindicato?

O Sinpol-PE foi direto ao ponto: a obra está praticamente paralisada. A previsão inicial era ambiciosa – conclusão ainda este ano. Agora? Nem eles mesmos sabem direito. A promessa era de que o complexo abrigaria setores cruciais como:

  • Papiloscopia (identificação por digitais)
  • Balística (análise de armas e munições)
  • Química (exames toxicológicos)
  • Genética (DNA – que mudaria completamente as investigações)
  • E até um necrotério moderno

Um investimento de R$ 13,5 milhões que, pelo jeito, vai ficar esperando um pouco mais para dar retorno à sociedade.

E os Peritos? Como Ficam?

Aqui é que a situação fica realmente complicada. Os profissionais que deveriam trabalhar nessas instalações de ponta continuam atuando em condições… bem, vamos dizer "precárias". O atual prédio da perícia em Caruaru é pequeno, antigo e completamente inadequado para as demandas atuais.

Imagina só: equipamentos de última geração encurralados em espaços minúsculos, profissionais sem condições adequadas de trabalho, e uma espera que se arrasta desde 2022 quando a obra começou. É de cortar o coração – e a paciência de qualquer um.

O pior? Enquanto a obra não sai, a criminalidade não espera. Os crimes continuam acontecendo, as provas precisam ser coletadas e analisadas, mas a estrutura simplesmente não acompanha. É como tentar vencer uma guerra moderna com armas da idade da pedra.

O Silêncio que Assusta

O Sinpol-PE tentou conversar com o governo do estado. Queria explicações, prazos reais, algum sinal de que a situação vai melhorar. A resposta? Quase nenhuma. A Secretaria de Planejamento e Gestão simplesmente não se manifestou sobre o assunto.

É aquela velha história: quando não se tem boas notícias, melhor não dizer nada. Só que, no caso, quem paga o pato é a população que precisa de respostas rápidas e eficientes da polícia.

O governo, por sua vez, insiste que a obra está em andamento. Mas andar devagar é pouco quando se trata de segurança pública. A região do Agreste precisa dessas instalações como precisa de água em tempos de seca – é questão de sobrevivência.

Enquanto isso, a gente fica naquele impasse: confiar nas promessas ou se preparar para mais uma decepção? O tempo – e as obras – vão dizer.