
A coisa esquentou de vez na prefeitura de Campinas, e não foi por causa do calor. Um processo de licitação que envolvia uma grana preta – nada menos que R$ 90 milhões dos cofres públicos para a compra de merenda escolar – virou o centro de uma tempestade. A Controladoria Geral do Município (CGM) meteu o bedelho e encontrou umas maracutaias que cheiram muito, mas muito mal.
E o estrago foi rápido. A administração municipal, pegando um atalho previsto na lei, decidiu afastar uma servidora de confiança do seu posto. A mulher, que trabalhava no Departamento de Administração e Suprimentos (DAS), está agora longe das suas funções. A justificativa? Preservação da investigação, meu amigo. Nada de atrapalhar o trabalho dos fiscais.
O X da Questão: O Que a Investigação Apanhou
O buraco é mais embaixo. A tal da licitação, que era para ser um processo limpo e claro, parece que tinha um script muito diferente nos bastidores. A CGM garante que achou indícios sólidos de que a tal servidora – e talvez outros envolvidos, quem sabe? – pode ter atrapalhado feio a livre concorrência. Imagina só: desvios de conduta que dariam uma vantagem danada para uma empresa específica, deixando outras com a faca e o queijo na mão. Uma quebra de confiança das grandes.
Não foi algo de outro mundo que levantou a suspeita, não. Uma denúncia anônima, daquelas que chegam quietinhas pelos canais oficiais, foi o estopim. Foi o suficiente para a Controladoria acender a luz vermelha e mergulhar de cabeça nos editais e nas propostas. E olha, acharam coisa.
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Com a servidora afastada, a investigação pode seguir sem pressão. A expectativa é que o laudo final da CGM, aquele documento que vai colocar todos os pingos nos is, fique pronto em até 30 dias. É ele que vai dizer, de uma vez por todas, que tipo de jogo estava sendo jogado.
Enquanto isso, a prefeitura soltou uma nota tentando botar panos quentes. Eles dizem que agiram rápido «para garantir a normalidade do processo licitatório» e, é claro, «a absoluta imparcialidade da análise». Fala sério! A merenda das crianças e o dinheiro do contribuinte não podem ficar reféns de meia dúzia de mau-caráter.
O caso joga um holofote enorme sobre um problema crônico no Brasil: a velha e conhecida malandragem nas licitações públicas. Em Campinas, a promessa é que a operação seja transparente. Mas, entre você e eu, a gente vai é ficar de olho. Bem de olho.