
Um caso que está gerando intenso debate em Alagoas revela uma decisão no mínimo curiosa do governo estadual: recusar a compra de fuzis por R$ 5 mil cada e abrir um processo licitatório para adquirir exatamente o mesmo modelo de arma pelo dobro do valor.
Oferta Recusada: Economia de R$ 1,5 Milhão Ignorada
Em julho de 2024, a Taurus, uma das maiores fabricantes de armas do país, ofereceu 300 fuzis CT 5.56 para a Polícia Militar de Alagoas através de contratação direta. O valor unitário? Apenas R$ 5.050. O lote completo sairia por R$ 1,515 milhão.
Porém, em vez de aceitar a proposta vantajosa, o governo estadual optou por um caminho bem diferente: abriu uma licitação para comprar as mesmas 300 unidades, mas pagando quase R$ 10 mil por cada fuzil.
Licitação Questionável: Dobro do Preço pelo Mesmo Produto
O edital publicado pelo governo de Alagoas estabeleceu o preço teto de R$ 9.950 por unidade do fuzil CT 5.56. Isso significa que o estado está disposto a pagar R$ 2.985.000 pelo mesmo lote de armas que poderia ter adquirido por R$ 1.515.000.
A diferença é alarmante: R$ 1.470.000 a mais do que a oferta original da Taurus. Valor suficiente para equipar ainda mais a polícia ou investir em outras áreas da segurança pública.
Justificativa Oficial e Questionamentos
O governo alega que a licitação garante maior competitividade e transparência no processo de compra. No entanto, especialistas em licitações questionam a decisão, especialmente considerando que:
- A Taurus é fabricante nacional reconhecida
- O preço oferecido estava significativamente abaixo do mercado
- O estado poderia ter economizado recursos públicos consideráveis
Impacto na Segurança Pública
Enquanto o processo licitatório segue seu curso, a Polícia Militar de Alagoas continua aguardando o reforço no seu arsenal. A aquisição dos fuzis é considerada essencial para operações de alto risco, mas a demora e o custo elevado podem comprometer o planejamento estratégico da corporação.
O caso levanta importantes questionamentos sobre a eficiência na gestão dos recursos públicos e as prioridades do governo estadual na área de segurança.