Avião da JetBlue quase colide com aeronave militar dos EUA perto da Venezuela
Quase colisão aérea com avião-tanque dos EUA perto da Venezuela

Um incidente aéreo de alto risco ocorreu na sexta-feira, 12 de dezembro de 2025, envolvendo um avião comercial e uma aeronave militar norte-americana. O fato aconteceu nas proximidades do espaço aéreo da Venezuela, levantando alertas sobre segurança e a intensificação de operações militares na região do Caribe.

O incidente: uma manobra de emergência para evitar desastre

De acordo com informações exclusivas da agência Associated Press, um voo da companhia aérea JetBlue, com rota de Curaçao para Nova York, foi forçado a interromper sua subida de forma abrupta. A manobra emergencial foi necessária para desviar de um avião-tanque da Força Aérea dos Estados Unidos que cruzou sua trajetória.

Os diálogos entre o piloto e o controle de tráfego aéreo, obtidos pela AP, revelam a gravidade do momento. O comandante da aeronave comercial relatou, com evidente tensão, que a aeronave militar voava sem o transponder ligado. Este equipamento é fundamental para a identificação e o rastreamento por radares civis, sendo um padrão de segurança na aviação mundial.

“Quase tivemos uma colisão no ar aqui em cima. Passaram diretamente na nossa rota. Não têm o transponder ligado, é escandaloso”, afirmou o piloto, segundo os registros. A distância entre as duas aeronaves foi estimada em apenas 4,8 quilômetros, com ambas na mesma altitude, configurando um cenário de risco extremo.

Reações e investigação do quase acidente

A JetBlue confirmou o episódio e informou que tomou as providências cabíveis. Derek Dombroski, porta-voz da empresa, declarou que o incidente foi formalmente reportado às autoridades em Washington no domingo, 14 de dezembro. A companhia se colocou à disposição para cooperar com qualquer investigação que venha a ser aberta.

“Nossos tripulantes são treinados nos procedimentos adequados para várias situações de voo, e agradecemos à nossa tripulação por relatar prontamente esta situação à nossa equipe de liderança”, disse Dombroski em nota. O profissionalismo da tripulação foi essencial para evitar uma tragédia.

Após o susto, o avião-tanque militar seguiu seu curso em direção ao espaço aéreo venezuelano, conforme apurou a Associated Press. O destino final da missão não foi divulgado pelas autoridades americanas.

O pano de fundo geopolítico: tensões na região

Este episódio não é um fato isolado, mas sim um reflexo do clima de tensão que se instalou na região. Desde setembro de 2025, os Estados Unidos têm ampliado significativamente sua presença militar no Caribe e nas proximidades da Venezuela.

A movimentação incluiu o envio, por ordem do então presidente Donald Trump, do porta-aviões USS Gerald Ford, a maior embarcação do tipo no mundo, para águas próximas à América do Sul. A justificativa pública para o aumento do patrulhamento é o combate ao narcotráfico.

Em novembro, a Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA já havia emitido um alerta formal às companhias aéreas, recomendando "cautela" ao adentrar o espaço aéreo venezuelano. O comunicado citava a "deterioração da situação de segurança e ao aumento da atividade militar dentro ou ao redor da Venezuela".

O contexto é marcado pelo conflito político entre Washington e o governo de Nicolás Maduro. A Casa Branca, sem apresentar provas públicas detalhadas, alega que embarcações bombardeadas pela marinha americana na região eram usadas por traficantes para levar drogas aos Estados Unidos, operações que teriam resultado em dezenas de mortos.

O quase acidente entre o voo comercial e o avião-tanque militar serve como um alerta concreto de como as operações militares e as tensões geopolíticas podem impactar diretamente a segurança do tráfego aéreo civil. O episódio deve reacender debates sobre protocolos de comunicação e transparência no uso do espaço aéreo internacional, especialmente em áreas de conflito latente.