Uma inspeção realizada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI) nesta segunda-feira (15) identificou um cenário de risco em uma passarela na região Centro-Norte de Teresina. O problema central é uma erosão nas proximidades da linha férrea que, segundo os engenheiros, pode comprometer seriamente o acesso e a circulação de veículos no local.
Problema identificado e riscos imediatos
A vistoria foi motivada por uma reportagem do g1 Piauí que mostrou a presença de buracos, lixo e esgoto exposto no entorno da estrutura. O presidente do Crea-PI, Hércules Medeiros, que liderou a inspeção, foi categórico ao afirmar que, embora a estrutura principal da passarela pareça intacta no momento, o acesso já está ameaçado.
"Estamos fazendo um levantamento inicial. De início, o que pode se verificar é que esse acesso aqui, o acesso que fica desse lado da linha férrea, ele realmente apresenta um futuro comprometimento", explicou Medeiros. Ele destacou que a erosão, se não for controlada, pode avançar e inviabilizar completamente o uso da via, mesmo que o tabuleiro (parte principal) se mantenha preservado.
Análise detalhada e notificações
Diante dos indícios, o conselho decidiu aprofundar a investigação. Uma análise mais detalhada será conduzida para avaliar a estabilidade estrutural completa da passarela, incluindo suas fundações e pilares. "Agora nós vamos também fazer um estudo para verificar as condições de estabilidade estrutural desse equipamento", completou o presidente.
Hércules Medeiros informou que os órgãos responsáveis serão formalmente comunicados sobre a situação de risco. A Prefeitura de Teresina e a Companhia do Metrô serão as primeiras a serem acionadas. Caso seja necessário, o Crea-PI não descarta envolver o Ministério Público e outras entidades.
Degradação do entorno preocupa
Além da erosão, a vistoria confirmou as queixas de moradores sobre a degradação do local. A área sofre com descarte irregular de lixo e lançamento de esgoto, fatores que aceleram o processo erosivo e contribuem para a piora das condições. Os buracos abertos próximos à via também foram apontados como um agravante, com potencial para ampliar os danos e tornar o acesso impraticável.
O presidente do Crea-PI reforçou que, por enquanto, o principal risco é a interdição do tráfego. No entanto, ele não descartou a possibilidade de problemas mais graves, que só poderão ser confirmados ou afastados após a conclusão da análise técnica. "Essa erosão não representa perigo estrutural, mas representa um risco para impedimento do trânsito. Agora, dependendo do que estiver acontecendo internamente, (...) também pode ser que acarrete algum risco", concluiu Hércules Medeiros.