
Quem diria que no auge do verão amazônico — quando os rios costumam baixar — o Gurupatuba resolveria fazer o contrário? Pois é, o velho conhecido dos moradores de Monte Alegre, no oeste do Pará, tá dando trabalho. A Defesa Civil tá com a pulga atrás da orelha desde que o nível das águas resolveu subir, e não pouco.
"Tá diferente dos outros anos", conta o pescador Raimundo Silva, que há 40 anos tira o sustento do rio. "Em julho, a gente já costumava ver as praias aparecendo. Agora? Tá tudo alagado ainda." E não é só impressão dele não. Os dados oficiais confirmam: o Gurupatuba tá quase 2 metros acima do esperado pra época.
O que tá causando isso?
Bom, aí já entramos no terreno das especulações. Alguns técnicos acham que pode ser:
- Chuvas acima da média nas cabeceiras
- Alterações no curso natural do rio
- Efeitos do desmatamento na região
Mas sabe como é né? Quando a natureza resolve pregar uma peça, nem sempre a gente descobre o porquê. O certo é que a Defesa Civil já tá de olho — e com razão.
Alerta nas comunidades ribeirinhas
Nas áreas mais baixas de Monte Alegre, o pessoal já começou a tomar providências. "Aqui em casa a gente já subiu os móveis", diz Dona Maria, moradora da comunidade São José. "Ano passado quase entrou água. Se continuar assim..." Ela nem precisa terminar a frase. A preocupação tá estampada no rosto.
E não é pra menos. Quando o Gurupatuba resolve dar as caras dentro das casas, o estrago é certo. Perda de móveis, documentos, e o pior: risco à saúde com a água parada.
O que a Defesa Civil recomenda?
O coordenador municipal, João Batista, foi bem claro:
- Ficar atento aos avisos oficiais
- Ter um kit emergência sempre à mão
- Identificar rotas de fuga seguras
- Proteger documentos importantes
"A gente tá monitorando 24 horas por dia", garante Batista. "Mas a população precisa fazer sua parte também." Sábias palavras, ainda mais considerando que o verão amazônico mal começou — e o rio já tá fazendo gracinha.
Enquanto isso, os moradores seguem naquele vai-e-vem entre a esperança de que as águas baixem e o pé atrás de quem já conhece o temperamento do velho Gurupatuba. Afinal, como diz o ditado popular por essas bandas: "Rio traiçoeiro é igual a cobra — quando menos se espera, dá o bote".