Parece que o verão em Aquidauana vai ser mais do que só calor e água fresca este ano. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) — cansado de ver casos de afogamentos que poderiam ser evitados — decidiu botar o pé no acelerador. Balneários às margens do rio Aquidauana têm agora exatos 30 dias para implementar medidas de segurança ou... bem, digamos que a conta vai chegar salgada.
Não é exagero. Só nos últimos meses, três casos graves chamaram atenção — um deles quase terminou em tragédia. "A situação tá ficando insustentável", soltou um promotor que prefere não se identificar. "Ou os donos acordam pra vida, ou a gente fecha tudo."
O que precisa mudar (e rápido)
A lista do MPMS não deixa margem pra interpretação:
- Sinalização clara de áreas profundas — nada daqueles avisos minúsculos que ninguém lê
- Salva-vidas de verdade trabalhando em todos os horários de funcionamento
- Equipamentos de resgate visíveis e acessíveis (colete salva-vidas não é enfeite!)
- Treinamento anual pra toda a equipe — inclusive os garçons
"Tem lugar que trata segurança como gasto, não como investimento", dispara Maria Fernanda, mãe de um adolescente que quase se afogou ano passado. "Agora tão sendo obrigados a encarar a realidade."
E quem não cumprir?
Aí a coisa fica feia. Multas que podem chegar a R$ 50 mil, interdição temporária e — nos casos mais graves — até ação criminal por negligência. "Já passou da hora", comenta um frequentador antigo do local. "Todo verão é a mesma história: cerveja gelada, música alta e zero preparo pra emergências."
Curiosamente, alguns estabelecimentos já começaram a se mexer antes mesmo do prazo. "Melhor gastar com prevenção do que com advogado depois", filosofa o dono do Balneário Sol Nascente, que semana passada instalou novas boias de resgate.
Enquanto isso, os banhistas parecem divididos. "Agora vai ter que ler manual antes de entrar na água?", provoca um jovem na beira do rio. Já os pais de crianças pequenas comemoram: "Finalmente!", exclama uma mãe segurando a mão do filho de 5 anos. "Água não é brincadeira."
O MPMS marcou vistoria surpresa pra primeira semana de setembro. Vai dar tempo de tudo ficar pronto? A essa altura, só depende dos balneários — e do quanto valorizam seus clientes vivos.
