Não foi dessa vez. Logo no início da manhã desta segunda-feira, 22, o sossego do aeroporto internacional de Campo Grande foi quebrado por uma força da natureza que não pede licença. Rajadas de vento, que chegaram a bater incríveis 70 km/h, simplesmente travaram as operações.
O alvo? Um Boeing 737 da Azul, lotado de passageiros ansiosos para decolar rumo a Congonhas, em São Paulo. A coisa ficou feia ainda no chão. Durante a aceleração inicial na pista, a aeronave foi sacudida por ventanias laterais tão intensas que o comandante, num daqueles momentos que definem a profissão, tomou a única decisão possível: abortar a decolagem.
Imagina a cena dentro da cabine? Aquele silêncio pesado, seguido pelo anúncio calmo mas firme do piloto explicando que a segurança de todos era inegociável. A Infraero, que administra o aeroporto, confirmou o ocorrido por volta das 7h30. O vento, de fato, estava um verdadeiro touro indomável.
E Agora, José?
O que acontece com centenas de passageiros e suas malas quando um voo simplesmente desiste de voar? Caos? Nem tanto. A Azul, pra sua sorte, já tem um protocolo pra essas horas. A empresa emitiu um comunicado se explicando – afinal, ninguém briga com o tempo. E se prontificou a remarcar a galera toda para o próximo voo disponível.
Mas é aquela coisa, né? Quem tinha reunião marcada, quem ia buscar alguém no aeroporto de São Paulo... Tudo virou de cabeça para baixo. Uma verdadeira aula de como nossos planos mais bem elaborados podem ser redesenhados por uma ventania teimosa.
O Tempo Manda lembranças
E não foi um evento isolado, não. O Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul já tinha avisado. Um aviso meteorológico especial foi emitido alertando justamente para ventos potencialmente perigosos em boa parte do estado durante a madrugada e a manhã. A natureza deu seu recado, e a aviação, sábia, ouviu.
Esse episódio serve como um daquios lembretes importantes. A aviação é uma das atividades humanas mais seguras justamente porque respeita seus limites. O "não" de um piloto, nesses casos, é a maior demonstração de competência possível. Melhor ficar com os pés no chão do que enfrentar uma briga desigual com os elementos.
Para os passageiros, restou a paciência. E a certeza de que, às vezes, adiar a viagem é a melhor viagem que se pode fazer.
