
O cenário para a Gol e a Azul ficou mais claro, mas ainda exige agilidade. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu seu aval para a parceria de codeshare entre as duas companhias aéreas, um movimento que promete sacudir o mercado. No entanto, e aqui mora o detalhe crucial, o órgão não deu carta branca. Pelo contrário, estabeleceu um prazo bastante apertado para que as empresas entreguem a minuta completa do acordo.
Parece que o Cade quer evitar qualquer surpresa desagradável. A decisão, tomada na última quarta-feira, basicamente diz o seguinte: "Aprovamos a ideia em tese, mas precisamos ver a letra miúda". E essa letra miúda precisa chegar até eles rapidamente. É como se tivessem dito "sim, mas...".
O Que é um Codeshare, Afinal?
Para quem não é do ramo, codeshare é aquela parceria onde duas empresas aéreas vendem passagens em voos operados pela outra. Você compra um bilhete da Gol, mas pode embarcar em um avião da Azul, e vice-versa. Soa familiar? É uma prática comum globalmente, mas quando envolve duas das maiores players do país, o Cade fica de olho bem aberto.
O receio, claro, é que a cooperação estreita demais possa limitar a concorrência e, no fim das contas, prejudicar o passageiro com preços menos competitivos. A autoridade antitruste quer garantir que a concorrência no céu brasileiro continue aquecida.
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Agora, a bola está com a Gol e a Azul. Elas precisam correr contra o relógio para elaborar um documento que deixe explícitos todos os meandros da operação compartilhada. Quais rotas? Como ficará a divisão de receita? Quais os direitos do consumidor? São perguntas que precisam de respostas claras.
Esse não é o fim da linha, longe disso. Após a análise da minuta pelo Cade, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) também terá que dar seu parecer. É uma via crucis regulatória, mas necessária. O mercado de aviação está se recuperando de tempos difíceis, e toda movimentação é acompanhada com lupa.
Se tudo correr bem – e é um grande "se" –, os passageiros podem ganhar em conectividade. Mais opções de voos, talvez malhas mais inteligentes. Mas o equilíbrio é frágil. O Cade, com razão, não quer abrir mão de um mercado dinâmico. O prazo final se aproxima, e os holofotes estão sobre as duas companhias. O que será que vão apresentar?