
Não era para ser um dia como qualquer outro no céu de São Carlos. O ronco característico do Super Tucano A-29 — aquele que encanta plateias em shows aéreos Brasil afora — foi interrompido por um barulho seco. A máquina, que normalmente risca os céus com cores vibrantes, acabou no chão.
Segundo fontes militares, o piloto — veterano com mais de 1.500 horas de voo — realizava manobras de rotina quando algo deu errado. "Foi questão de segundos", relatou um técnico que acompanhava o treinamento. "Ele tentou corrigir a trajetória, mas..." O resto você já imagina.
O que torna o A-29 especial?
Não é qualquer avião que ganha as cores da Esquadrilha da Fumaça. O Super Tucano, fabricado pela Embraer, é praticamente uma lenda:
- Capaz de suportar até 7G (sete vezes a força da gravidade)
- Velocidade máxima de 590 km/h
- Usado tanto para treinamento quanto para missões de ataque leve
"É como domar um touro mecânico", brincou certa vez um dos pilotos da equipe. Só que ontem, o touro venceu.
E o piloto?
Milagre ou treinamento? O que salvou o militar foi o assento ejetável, que funcionou perfeitamente. Ele sofreu apenas escoriações leves — um alívio num cenário que poderia ter sido trágico.
Enquanto isso, na base aérea, o clima era de preocupação contida. "Acontece", murmurou um sargento, com aquele misto de profissionalismo e humanidade que só quem lida com risco diário entende. "O importante é que nosso camarada está bem."
O Comando da Aeronática já acionou a comissão de investigação. Eles vão catar cada parafuso, cada fragmento, pra entender o que realmente aconteceu. Porque no mundo da aviação, acidente sem explicação é como assinar embaixo pra que se repita.