
O que era pra ser mais um dia comum na maior favela sobre palafitas do Brasil virou um pesadelo. Chamas que começaram sem aviso — dessas que parecem ter vida própria — devoraram dezenas de casas na comunidade de Santos, deixando famílias inteiras sem nada além da roupa do corpo.
Mas parece que o governador Tarcísio de Freitas resolveu não deixar a coisa rolar no esquema "enxuga-gelo". Nesta sexta-feira (1º), ele anunciou a construção de moradias emergenciais para quem perdeu tudo no incêndio. E olha só: a promessa não é só de tapar o sol com a peneira — tem plano pra solução definitiva também.
O que rolou na comunidade?
O fogo começou de repente, como se tivesse sido acionado por um botão invisível. Em questão de minutos, as chamas se espalharam feito rastilho de pólvora entre as frágeis construções de madeira. Bombeiros trabalharam contra o relógio — e contra a geografia complicada do local — pra controlar o estrago.
"Foi como se o chão sumisse debaixo dos meus pés", contou Maria, moradora que perdeu a casa onde vivia há 15 anos. Histórias como a dela se repetem em pelo menos outras 30 famílias que agora encaram o desafio de recomeçar do zero.
O que o governo promete?
Tarcísio não ficou só no "pensamentos e orações". O pacote de medidas anunciado inclui:
- Alojamentos temporários com estrutura digna (e olha que isso já é luxo pra quem tá acostumado a viver no fio da navalha)
- Kit básico com colchões, roupas e material de higiene — o essencial que ninguém pensa até faltar
- Projeto de reconstrução com materiais mais seguros — porque ninguém merece viver na corda bamba
E tem mais: o governo estadual vai bancar a reconstrução das palafitas destruídas, mas com um upgrade na segurança. "Não adianta só botar o esqueleto de volta", disse um assessor que preferiu não ser identificado. "Tem que ser algo que resista mais do que um sopro."
E agora, José?
Enquanto as máquinas não chegam, a comunidade se vira como pode. Vizinhos abrigando vizinhos, doações chegando aos poucos e aquela sensação de que o chão ainda balança — mesmo quando está parado.
Mas se tem uma coisa que ninguém pode negar é a resiliência dessa galera. "Já passamos por tanta coisa que até incêndio a gente aprende a lidar", brincou um morador, num daqueles momentos em que o humor é a única defesa contra o desespero.
O que resta agora é torcer para que as promessas não virem só fumaça — literalmente. Porque quando o assunto é política habitacional no Brasil, todo mundo já viu história bonita virar cinza mais rápido que essas palafitas pegaram fogo.