Parece piada pronta, mas é a pura realidade: em Taguatinga, até o que foi criado para proteger virou alvo. Câmeras, fios, sensores — tudo que um grupo de moradores instalou para coibir crimes... foi levado por quem deveria ser coibido. O que dizer disso? Ou melhor, o que não dizer?
Vigilância que vira vítima
Os moradores da QSD 43, cansados da insegurança, juntaram dinheiro do próprio bolso para montar um sistema de monitoramento. Funcionou? Por pouco tempo. Na madrugada de quarta (23), ladrões — com uma ironia digna de roteiro de filme — desmontaram parte do equipamento e sumiram no escuro. "É de cair o queixo", desabafa uma moradora que prefere não se identificar. "A gente tenta se proteger, e eles levam até a proteção."
O que resta quando a solução vira problema?
Além do prejuízo financeiro (cada câmera custou cerca de R$ 500), o episódio deixou um gosto amargo de descrença. Se nem o que é feito para vigiar está seguro, o que dizer das ruas escuras, dos muros baixos? A PM diz que investiga, mas os moradores já não esperam milagres. "Ou a gente contrata segurança 24h, ou é isso aí", comenta um comerciante, num misto de raiva e resignação.
E você, leitor? Já imaginou ter que proteger... a própria proteção? Em Taguatinga, isso virou rotina.
