
Era pra ser só mais um prédio vazio no centro de Birigui — desses que a gente passa todo dia e nem nota mais. Mas nos últimos meses, o endereço virou o pesadelo da vizinhança. Sacos de lixo entulhados até o teto, móveis velhos jogados como se fossem peças de um quebra-cabeça macabro, e aquele cheiro que gruda na roupa mesmo depois de você ir embora.
"É um desrespeito com a cidade", desabafa a aposentada Maria das Graças, que mora a dois quarteirões dali. Ela conta que já viu de tudo: desde restos de construção até — pasmem! — animais mortos sendo deixados no local como se fosse um depósito de horrores.
O que diz a lei (e por que ninguém cumpre)
Pela legislação municipal, descartar lixo em áreas públicas ou privadas sem autorização pode render multas que beiram os R$ 5 mil. Mas parece que a turma do "joga fora e finge que não viu" nunca ouviu falar nisso. Ou pior: sabe e caga.
Os fiscais da prefeitura até tentam fazer vistorias periódicas, mas é como enxugar gelo — mal acabam de limpar, e já aparece uma nova leva de entulho. "Tem dias que parece que o prédio está se reproduzindo sozinho", brinca (sem graça) um agente que prefere não se identificar.
Efeitos colaterais:
- Ratos do tamanho de gatos (sem exagero)
- Mosquitos que transformam as noites em sessões de tortura
- Risco real de doenças como leptospirose e dengue
E o pior? Alguns moradores mais antigos juram que já viram crianças brincando no meio da sujeira. "É um acidente esperando para acontecer", lamenta o síndico de um prédio vizinho, que pediu para não ser identificado — medo de represálias, sabe como é.
A prefeitura garante que está "analisando medidas", mas enquanto isso, o "monstro de lixo" só cresce. Será que precisa alguém morrer intoxicado para tomarem uma atitude? Pergunto eu, sem querer ser alarmista... ou talvez querendo um pouco.