
Imagine caminhar pela rua e, de repente, se deparar com um poste de energia que balança feito vara de pescar no vento. É exatamente essa a cena que os moradores de Arniqueira, no Distrito Federal, enfrentam diariamente — e o pior: ninguém parece disposto a resolver o problema.
"Parece cena de filme de terror", brinca ironicamente a dona de casa Maria Silva, enquanto aponta para o poste número 1472 da Quadra 12. "Mas a gente não tá rindo não, viu? Isso aqui é um perigo que pode acabar em tragédia."
O perigo que ninguém vê (mas todo mundo sente)
O tal poste — que mais parece ter sobrevivido a um furacão — apresenta inclinação preocupante e base corroída. Nas palavras do eletricista aposentado João Batista: "Isso aí não aguenta nem uma ventania mais forte. Se cair na hora do rush...". A frase fica no ar, mas a imagem que vem à mente é clara demais.
- Localização crítica: bem em frente a uma padaria movimentada e perto de ponto de ônibus
- Horário de risco: entre 17h e 19h, quando a área fica lotada
- Tempo de espera: reclamações começaram há 3 semanas — e nada foi feito
Curiosamente (ou não), a Companhia Energética de Brasília (CEB) garante que "todos os chamados são atendidos por ordem de prioridade". Só esqueceram de avisar qual é a prioridade de um poste prestes a cair em área pública, né?
Enquanto isso, na vida real...
Enquanto a burocracia roda em câmera lenta, os moradores improvisam. "A gente até colocou uma fita amarela em volta", conta o adolescente Lucas Almeida, "mas todo mundo ignora e passa por baixo mesmo". E não é que ele tem razão? Observamos por 20 minutos: 14 pedestres passaram rente ao poste, incluindo mães com carrinhos de bebê.
O que mais assusta? O barulho. "De noite, quando o vento bate, dá até arrepio", descreve a aposentada Dona Marta. "Parece que vai cair a qualquer hora — e olha que eu nem sou alarmista."
PS: Se você acha exagero, experimenta ficar embaixo desse poste quando o vento do cerrado resolver dar as caras. Depois me conta.