Porcos Soltos em Salvador: Invasão Suína Vira Dor de Cabeça nos Bairros da Capital Baiana
Porcos soltos em Salvador viram dor de cabeça urbana

Não é miragem, nem exagero. Quem circula por alguns bairros de Salvador, como Paripe e Plataforma, se depara com uma cena no mínimo surreal: dezenas de porcos, desses de criação mesmo, perambulando livremente pelas vias públicas como se fossem os donos do pedaço. A situação, que já se arrasta há semanas, virou um verdadeiro quebra-cabeça para os moradores e uma dor de cabeça para as autoridades.

O problema é sério, vai muito além da simples estranheza. Imagine a cena: animais de porte considerável transitando entre carros, revirando lixo, cruzando avenidas. Um risco iminente de acidentes, sem dúvida. Mas o buraco é mais embaixo – e o trocadilho aqui é inevitável. Do ponto de vista sanitário, a coisa é feia. A presença desses animais soltos é um prato cheio para a proliferação de doenças, as famosas zoonoses, que podem saltar dos bichos para os humanos. Leptospirose, então, nem se fala, com o lixo sendo espalhado por toda parte.

O Que Diz a Prefeitura?

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) já acionou o protocolo de resgate de animais de grande porte. Só que, cá entre nós, a logística não é das mais simples. Capturar um porco, que pode passar fácil dos 100 quilos, não é como pegar um cachorro de rua. Exige equipamento adequado, pessoal treinado e, claro, um destino final para esses bichos. A prefeitura garante que está fazendo a sua parte, mas a sensação que fica entre a população é de que o processo está mais lento do que o desejado.

Enquanto a solução definitiva não vem, os moradores seguem na corda bamba. "É um constrangimento diário", desabafa uma moradora do Paripe, que prefere não se identificar. "Além do medo de um acidente, o cheiro é insuportável, e a gente fica com receio de que as crianças brinquem na rua." A verdade é que ninguém sabe ao certo de onde vêm tantos porcos. A suspeita recai sobre criadouros irregulares da região, que estariam simplesmente liberando os animais quando a criação fica inviável. Uma prática, no mínimo, irresponsável.

E Agora, José?

O caso expõe uma falha crônica no controle de animais de produção em áreas urbanas. Salvador, uma metrópole com mais de 2,9 milhões de habitantes, ainda convive com bolsões onde a urbanização esbarra em atividades rurais. O desafio é equilibrar isso com a saúde e a segurança de todos. A fiscalização precisa ser mais ágil, e a população pode – e deve – ajudar, denunciando os locais de criação irregular através dos canais oficiais.

Por enquanto, os suínos seguem sua vida nômade, ignorando completamente o rebuliço que causam. E os soteropolitanos? Bem, esses seguem esperando que a prefeitura encontre uma solução rápida e eficaz antes que a situação vire, literalmente, uma grande bagunça. Porque uma coisa é certa: problema que se espalha pela cidade, todo mundo acaba pagando o pato. Ou melhor, o porco.