O que era para ser mais uma manhã comum no movimentado Centro Histórico de Salvador se transformou em cena de pesadelo. Por volta das 10h30 desta quinta-feira, o barulho estridente de metal sendo retorcido cortou o ar e fez todos virarem a cabeça. Um ônibus da linha Ribeira-Pituba, completamente desgovernado, simplesmente decidiu fazer uma entrada dramática - literalmente - numa loja da Rua Chile.
Testemunhas ainda parecem estar em estado de choque. "Foi coisa de cinema, mas do tipo que ninguém quer ver", conta Maria Santos, vendedora de uma loja vizinha, com as mãos ainda trêmulas. "O ônibus vinha numa velocidade absurda, desceu a ladeira como se não houvesse amanhã, e... bum! Invadiu a loja como se a parede fosse feita de papel."
O saldo? Sete pessoas precisaram ser atendidas pelos bombeiros - entre passageiros, pedestres e funcionários do estabelecimento comercial. Três delas em estado mais grave, mas, felizmente, todas com vida. Um alívio num cenário que poderia ter sido muito pior.
Caos e solidariedade nas ruas
O que se viu depois foi aquela mistura de caos e solidariedade que só os baianos sabem proporcionar. Enquanto os socorristas trabalhavam para retirar as vítimas dos escombros, populares se juntaram para ajudar no que fosse possível. Ofereceram água, apoio, palavras de conforto - aquele jeito caloroso que transforma tragédia em esperança.
O trânsito, claro, ficou completamente paralisado. A Rua Chile, uma das mais importantes da região, virou um estacionamento improvisado de carros e curiosos. A Guarda Municipal teve que fechar o local completamente, criando um enorme quebra-cabeça para quem precisava circular pela área.
As investigações começam
Agora começa a parte das perguntas que precisam de respostas. O que teria acontecido com o motorista? Problema mecânico? Falha humana? Mal súbito? A Polícia Técnica já está no local, examinando cada detalhe do veículo e coletando depoimentos.
O motorista - que surpreendentemente saiu praticamente ileso - está sendo ouvido pelos investigadores. Sua versão será crucial para entender essa história que poderia ter terminado muito mal, mas que, por sorte ou milagre, não virou uma tragédia maior.
Enquanto isso, Salvador se pergunta: até quando nossos históricos becos e ladeiras continuarão sendo palco de cenas como essas? A pergunta fica no ar, tão pesada quanto a poeira que ainda paira no local do acidente.
