
Era uma daquelas noites típicas de inverno gaúcho quando a última luminária caiu. Dessa vez, nem a prefeitura aguentou mais. "Chega", decidiram. E partiram para uma solução que está dando o que falar.
Mais de 50 postes de iluminação destruídos em poucos meses. Um prejuízo que já beira os R$ 100 mil — dinheiro que poderia estar indo para saúde ou educação. Mas o pior? A sensação de impunidade que tomou conta da cidade.
"Não consertaremos mais"
As placas apareceram como cogumelos depois da chuva. Espalhadas pelos pontos mais afetados, trazem uma mensagem direta: "Este local teve sua iluminação danificada por vandalismo. Não será reparado." Simples assim.
"Cansei de jogar dinheiro público no lixo", desabafa o prefeito, visivelmente irritado. Ele calcula que, só neste ano, sua equipe já refez o mesmo serviço pelo menos três vezes no mesmo lugar. "É como enxugar gelo."
Efeito colateral inesperado
O que ninguém esperava? A reação dos moradores. Alguns apoiam a medida — "finalmente uma atitude", comenta uma dona de casa. Outros reclamam da escuridão que tomou conta de certas ruas. "Vão é quem acha que isso resolve", critica um comerciante, acendendo a lanterna do celular para não tropeçar.
Entre os especialistas, opiniões divididas. Enquanto uns elogiam a postura firme, outros alertam: "Punir a população inteira pode não ser o caminho". Mas todos concordam num ponto — a conta do vandalismo sempre sobra para o cidadão.
Enquanto isso, nas redes sociais, a polêmica esquenta. Memes com zumbis em ruas escuras pipocam. Um usuário brinca: "Próxima etapa: cobrar ingresso para a 'experiência de terror urbano'".
Restam duas perguntas no ar: será que as placas vão frear os vândalos? E até quando os moradores vão aceitar pagar o pato? Por enquanto, a única certeza é que, em algumas esquinas, a luz só volta se a consciência coletiva acender primeiro.