
O que começou como um dia comum em Joinville virou um cenário de guerra urbana. Nem o prefeito, nem os moradores — ninguém esperava que a demolição de algumas casas iria acender o pavio de um protesto tão violento. Mas aí está: ruas transformadas em trincheiras, fogo consumindo barricadas e um clima pesado que lembra filmes distópicos.
Por volta das 9h da manhã, as máquinas chegaram. E não chegaram sozinhas — traziam uma escolta policial que, diga-se de passagem, não intimidou ninguém. "É fácil destruir a casa dos outros quando você tem onde dormir", gritava uma senhora, enquanto jogava um galão de gasolina no meio da rua. A partir daí, foi o caos.
O estopim
Segundo fontes locais (que preferiram não se identificar, com razão), a demolição atingiu pelo menos 15 residências na região do Costa e Silva. A prefeitura alega "risco estrutural", mas os moradores juram de pés juntos que é pura especulação imobiliária. "Querem nos empurrar para longe e vender essa área a peso de ouro", disparou um homem, enquanto arremessava pedras contra um camburão.
E não foram pedras pequenas, não. Algumas tinham o tamanho de um melão — do tipo que faz estrago. A PM revidou com bombas de efeito moral, mas parecia mais um jogo de pingue-pongue com pólvora: para cada bomba, surgiam duas barricadas novas.
O cenário apocalíptico
- Pneus queimando criavam cortinas de fumaça preta que podiam ser vistas a quilômetros
- Postes derrubados bloqueavam o acesso de viaturas
- Até móveis velhos viraram armas — uma geladeira dos anos 80 foi empurrada ladeira abaixo contra as forças de segurança
Por volta do meio-dia, a situação tava tão feia que o Corpo de Bombeiros teve que recuar três vezes. "É inacreditável", comentou um soldado, visivelmente abalado. "A gente treina para tudo, menos para a fúria de quem perde o pouco que tem."
E enquanto as autoridades discutem protocolos, o povo discute revolução. Nas redes sociais, os vídeos do protesto viralizaram com hashtags como #JoinvilleEmChamas e #DespejoNao. Algumas postagens mostram crianças assistindo tudo da janela — imagens que cortam o coração de qualquer um.
Agora, a grande pergunta que fica: até onde vai essa guerra urbana? Porque hoje foi gasolina e pneus, mas amanhã... bem, melhor nem pensar.