O calor já dava sinais do que viria. Em questão de minutos, o que parecia ser apenas uma fumaça inofensiva se transformou num pesadelo de proporções bíblicas — e alguém teve a presença de espírito (ou o instinto de sobrevivência) para filmar tudo.
Numa cena que lembra aqueles filmes de desastre que a gente assiste pipocando na Netflix, dezenas de pessoas corriam feito baratas tontas tentando salvar o que podiam. Os carros, claro, eram a prioridade. Quem já não deixaria o próprio filho pra trás se o seguro do automóvel cobrisse só ele?
O momento em que tudo mudou
Era por volta das 15h quando o primeiro estouro se ouviu. Não deu tempo nem de pensar — as chamas avançavam mais rápido que notícia falsa no WhatsApp. Nas imagens, dá pra ver pelo menos três sujeitos arrastando portões, gritando ordens contraditórias, enquanto o fogo dançava no fundo como se fosse um personagem de filme da Marvel.
"A gente tava no almoço quando começou", contou um funcionário que preferiu não se identificar — e quem o culpa? Com o histórico trabalhista do Brasil, melhor não arriscar. "Primeiro achei que era só o ar-condicionado dando problema de novo. Até que o cheiro de queimado ficou impossível de ignorar."
Os heróis improvisados
Sem bombeiros à vista (e olha que a unidade mais próxima fica a meros 15 minutos dali), foram os próprios trabalhadores que viraram equipe de resgate. Um deles, de capacete amassado e camisa suada, conseguiu mover uma picape que bloqueava a saída — com a porta do motorista aberta e o rádio ainda tocando "Evidências".
Detalhe macabro: enquanto isso, as labaredas já lambiam os galpões vizinhos, derretendo estruturas metálicas como se fossem chocolate no sol do meio-dia. E pensar que naquela mesma manhã, o maior perigo parecia ser o calor de quase 40°C...
O que se sabe até agora
- O incêndio começou por volta das 14:30 na Zona Industrial
- Pelo menos 50 veículos foram retirados a tempo
- Não há registro de vítimas — milagre ou estatística?
- As causas ainda são investigadas, mas a palavra "eletrônicos" circula entre os bombeiros
Enquanto escrevo isso, o cheiro de fumaça ainda paira sobre parte da cidade. E você, leitor, já parou pra pensar onde está o extintor mais próximo do seu trabalho? Porque depois de ver essas imagens, eu certamente vou checar o meu.
