
Há exatamente um dia, o céu de Manaus ganhou um tom avermelhado — e não foi pelo pôr do sol. Um incêndio de proporções alarmantes começou a devorar fábricas na zona industrial da cidade, transformando estruturas em esqueletos de aço retorcido. O cheiro de fumaça ainda paira no ar, misturando-se com o clima úmido da região.
Os bombeiros, verdadeiros heróis de macacões sujos de fuligem, trabalharam sem parar. "Controlamos o fogo", afirmou um capitão com a voz rouca de cansaço. Mas entre os escombros ainda fumegantes, a palavra "controle" soa como um alívio frágil.
O que se sabe até agora:
- O incêndio começou na madrugada de terça-feira (05/08)
- Pelo menos três galpões industriais foram atingidos
- Equipes usaram mais de 10 mil litros de água por minuto no auge do combate
Moradores próximos relatam cenas de caos: "Parecia um filme de ação, mas sem os efeitos especiais — só o terror real", contou uma atendente de lanchonete que preferiu não se identificar. O barulho das explosões secundárias — provavelmente de produtos químicos armazenados — ainda ecoa na memória de quem presenciou.
E agora? A pergunta que não quer calar. Enquanto as equipes fazem o rescaldo (aquele trabalho minucioso de garantir que não haja reacendimentos), começam as especulações sobre as causas. Acidente? Falha elétrica? Negligência? As investigações vão demorar — a fumaça ainda atrapalha até a respiração, imagina o trabalho pericial.
O prejuízo econômico promete ser astronômico. Manaus, polo industrial da região Norte, não pode se dar ao luxo de perder fábricas assim, de repente, num estalar de dedos. Empregos, produção, contratos — tudo virou cinza junto com as estruturas.
Por sorte — se é que se pode usar essa palavra — ninguém se feriu gravemente. Um milagre, considerando a intensidade das chamas que, em certo momento, pareciam querer lamber as nuvens.