
Era pra ser mais uma noite tranquila na Vila Gilda, bairro simples de Santos, mas o fogo decidiu escrever outro roteiro. Por volta das 22h30 desta quinta-feira (31), labaredas tomaram conta de pelo menos cinco casas — e não foi aquela chamazinha controlável, não. Era o tipo de incêndio que faz até os bombeiros mais experientes arrepiarem.
O cenário? Caótico. Moradores saindo às pressas, alguns só com a roupa do corpo, outros tentando salvar o que dava — televisão, documentos, aquele colchão que custou três meses de salário. "Parecia filme de terror", contou Dona Maria, 62 anos, que perdeu tudo. "A gente fica pensando: e agora, onde é que eu durmo hoje?"
Bombeiros no limite
Quatro viaturas dos bombeiros chegaram rápido — mas rápido mesmo, coisa de 15 minutos — e enfrentaram um desafio e tanto: ruas estreitas, fiação elétrica comprometida e, claro, o desespero das vítimas. Dois hidrantes por perto estavam... adivinha? Sem pressão suficiente. Teve que usar caminhão-pipa, imagina a cena.
O tenente Almeida, que coordenou a operação, foi direto: "Se tivesse ventado mais, era tragédia maior. Aquele tipo de construção, muito junta, vira um palito de fósforo".
Prefeitura corre contra o tempo
Enquanto isso, a Defesa Civil municipal já acionou o protocolo de emergência:
- Abrigo provisório na escola municipal João Batista
- Cestas básicas e kits de higiene sendo distribuídos
- Cadastramento das famílias para auxílio emergencial
O prefeito Rogério Santos (sem trocadilho) prometeu vistoria imediata: "Tragédia não escolhe hora. Vamos apurar as causas e, principalmente, garantir o básico pra essas pessoas".
E as causas? Bom, aí é que tá. Nada de conclusões precipitadas, mas os moradores juram de pé junto que foi curto-circuito numa gambiarra elétrica — aquelas que a gente sabe que existem, mas finge que não vê. A CPFL, responsável pela rede, ainda não se pronunciou.
Solidariedade nas redes
Enquanto as autoridades se organizam, os vizinhos mostraram que santista tem mesmo coração grande:
- Padaria do Seu João doou pão fresco pra todo mundo
- Grupo de WhatsApp da região lotou de ofertas de roupas e móveis
- Até influencer local organizou vaquinha virtual
Mas olha só — e isso é importante —, a Defesa Civil pede cautela com doações: "A gente agradece, mas sem bagunça. Melhor coordenar com a gente pra não faltar pra uns e sobrar pra outros".
Enquanto isso, na Vila Gilda, o cheiro de queimado ainda paira no ar. E o medo também. Porque quando a poeira baixar, vão sobrar as perguntas: como reconstruir? Quem paga a conta? E o mais importante — quando é que a vida volta ao normal?