
Era quase meia-noite quando o céu de Piracicaba se iluminou de vermelho — não por causa do pôr do sol tardio, mas pelas labaredas que devoravam um galpão esquecido nos arredores da cidade. A antiga cooperativa de leite, que já foi orgulho da região e agora jazia abandonada, virou palco de um espetáculo de destruição.
Os bombeiros chegaram rápido, mas não rápido o suficiente. O fogo, daqueles que parecem ter vida própria, já havia feito estrago. "Quando a gente chegou, era como se o prédio estivesse tossindo fumaça preta", contou um dos soldados, ainda com a voz rouca da inalação de fuligem.
O que sobrou?
Paredes carbonizadas, vigas retorcidas e um cheiro de cinza que deve demorar semanas para dissipar. O galpão — que a prefeitura mantinha desativado desde 2019 — agora é pouco mais que um esqueleto de concreto. Curiosamente, as máquinas enferrujadas no interior parecem ter sobrevivido melhor que a estrutura.
Ninguém se machucou, o que é quase milagre considerando que:
- O incêndio começou de madrugada
- A área é frequentada por moradores em situação de rua
- O telhado desabou em menos de uma hora
Mistério e especulações
A causa? Aí é que está o pulo do gato. Oficialmente, os peritos ainda vão investigar. Mas todo mundo na região tem sua teoria:
1. Um curto-circuito na velha instalação elétrica (aquilo ali era um convite ao desastre)
2. Ação de vândalos — o local é conhecido por ser ponto de usuários de drogas
3. Aquela velha história de "incêndio conveniente" para esconder algo... mas aí já é conversa de boteco.
Enquanto isso, a prefeitura emite nota dizendo que "lamenta o ocorrido" e promete apurar. Você conhece esse script, né? O galpão já estava condenado antes mesmo das chamas — agora virou problema da Defesa Civil, que precisa garantir que os escombros não ofereçam risco.
Piracicaba acordou com o cheiro de queimado no ar e mais um capítulo na sua lista de imóveis públicos negligenciados. Quando é que a gente aprende?