
O que começou como uma fumaça discreta no horizonte rapidamente se transformou num pesadelo para os moradores da Zona Oeste carioca. Por volta das 15h desta segunda-feira (29), as labaredas já devoravam um imóvel inteiro — e o fogo, teimoso, resistia aos jatos d'água como se tivesse vida própria.
"Parecia um filme de ação", conta Maria, vendedora ambulante que trabalha a duas quadras do local. "De repente, aquele cheiro forte de queimado, gente correndo, sirenes... Meu Deus, que susto!"
Operação complexa
Segundo o tenente Albuquerque, do Corpo de Bombeiros, pelo menos 12 viaturas foram mobilizadas. "Tivemos que criar um perímetro de segurança porque o risco de desabamento era real", explica, enquanto ajusta a máscara de oxigênio. O calor? Insuportável. A fumaça? Tão densa que dava para cortar com faca.
- Mais de 30 bombeiros em ação
- Três hidrantes acionados simultaneamente
- Trânsito interditado em três vias principais
E enquanto os profissionais trabalhavam — suando a camisa literalmente —, um detalhe curioso: pássaros voavam em círculos desorientados acima das chamas, como se perguntassem onde fora parar seu habitat.
Efeitos colaterais
O comércio local fechou as portas mais cedo. Escolas próximas liberaram alunos. E o transporte? Virou um caos — ônibus precisaram desviar por ruas secundárias, deixando passageiros perdidos como formigas sem rumo.
"Já são quase quatro horas de combate", murmura um morador idoso, esfregando os olhos irritados pela fumaça. "Quando será que isso acaba?" Pergunta difícil. Até agora, as chamas continuam dando trabalho, teimosas como criança que não quer dormir.
Atualização às 19h30: Os bombeiros conseguiram conter parte do incêndio, mas ainda há focos de resistência. A origem? Ainda é mistério — pode ter sido um curto-circuito, mas ninguém aposta todas as fichas nisso ainda.