
Parecia cena de filme — o céu de Manaus tingido de laranja, fumaça espessa cortando o ar úmido da madrugada. Uma fábrica, ainda não identificada oficialmente, virou palco de um inferno que teimava em não se apagar. Os bombeiros? Lutando como gladiadores modernos contra as chamas que cuspiam faíscas como dragões enfurecidos.
O combate que não acabou
Eram 3h17 quando a primeira equipe chegou. "Nunca vi algo assim", confessou um soldado com 15 anos de experiência, o suor escorrendo sob o capacete. As mangueiras cuspiram água por horas, mas o fogo — teimoso, vivo — parecia renascer das próprias cinzas.
- Mais de 30 bombeiros mobilizados
- Vizinhos retirados às pressas
- Risco de colapso estrutural
"A gente trabalha no limite", admitiu o comandante, os olhos vermelhos não só pela fumaça. O bairro industrial, normalmente barulhento, agora ecoava com o estalar das madeiras queimadas e o ronco dos motores das viaturas.
E agora?
Enquanto você lê isso, provavelmente ainda estão lá. O cheiro de queimado deve estar impregnado na roupa deles, nas paredes das casas vizinhas, na cidade toda. Será que o dia amanhecerá com notícias melhores? Difícil dizer — o fogo tem vontade própria, e hoje ele escolheu Manaus.
Ah, e detalhe: ninguém se feriu. Pequeno alívio nessa noite interminável.