
Uma tarde de terça-feira que começou como qualquer outra em Sobradinho terminou em absoluta tragédia. Por volta das 15h, o silêncio do Condomínio Privê da Qd 14 foi quebrado por gritos e, logo depois, pelo som ensurdecedor das sirenes. Um incêndio — desses que a gente nunca acha que vai ver de perto — tomou conta de uma das unidades.
Os vizinhos, aqueles que a gente cumprimenta no elevador mas nem sempre conhece o nome, foram os primeiros a notar as labaredas. Tentaram ajudar, é claro. O instinto humano é esse, né? Mas o fogo é um negócio traiçoeiro, se espalha com uma fúria inacreditável. Quando os bombeiros do 7º Batalhão chegaram, já era tarde demais para o dono da casa.
João da Silva, 69 anos. Um aposentado. A vida toda de trabalho para terminar assim, sozinho, em meio às chamas. Os militares conseguiram controlar o fogo, mas só encontraram o corpo dele já sem vida. Que cena devastadora imaginar isso.
O que sabemos até agora?
As causas ainda são um mistério completo. A Polícia Civil já está no caso, tentando descobrir o que pode ter iniciado as chamas. Um curto-circuito? Algum descuido doméstico? A verdade é que ninguém sabe, e a família — e a comunidade — ficam nessa angústia esperando por respostas.
O corpo do senhor João foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML), onde deve passar por perícia. É triste pensar que uma vida se vai e vira um caso, um número, um laudo. Mas ele era mais que isso. Era alguém.
Incêndios residenciais são, infelizmente, mais comuns do que a gente imagina. E sempre servem de alerta mórbido: será que estamos preparados? Temos extintor? A fiação está em dia? Perguntas que a gente só se faz quando a desgraça bate na porta do lado.
Agora, o que resta é o luto. E a certeza de que a vida pode mudar — ou terminar — em um piscar de olhos.