
Um inferno de chamas tomou conta do céu de Campinas nesta madrugada. Por volta das 3h, os primeiros chamados chegaram ao Corpo de Bombeiros: um galpão inteiro da ReciclaPlus, empresa especializada em processamento de resíduos, estava virando cinzas a olhos vistos.
— Parecia um vulcão acordando no meio da zona industrial — relata o segurança José Carlos, que acionou os bombeiros. — Em 15 minutos, o fogo já tinha engolido metade do prédio. Nunca vi nada igual.
Batalha contra o tempo
Quatro viaturas chegaram rápido, mas enfrentaram um pesadelo logístico. Os caminhões-pipa tinham dificuldade para acessar os hidrantes mais próximos — alguns, pasmem, estavam obstruídos por entulho. Enquanto isso, toneladas de plástico e papel serviam de combustível perfeito para o incêndio.
- Mais de 20 bombeiros no local
- Área equivalente a 3 campos de futebol atingida
- Fumaça tóxica levou à evacuação de fábricas vizinhas
O tenente Álmeida, comandante da operação, fez cara de preocupação quando questionado sobre as causas: "Trabalhamos com três hipóteses: curto-circuito, combustão espontânea dos materiais ou... bom, não descartamos nada ainda". Aquele silêncio no final dizia mais que palavras.
Impacto ambiental
Especialistas já alertam: a queima de tantos materiais recicláveis deve ter liberado uma sopa tóxica na atmosfera. A CETESB montou barreiras de monitoramento num raio de 5km. Moradores relataram cheiro de plástico derretido até no Jardim Florence, a quase 8km dali.
— Minha filha começou a tossir sem parar — contou a dona de casa Marta Vieira, 42. — Fechamos tudo em casa, mas o ar parece pesado, sabe?
O prejuízo? Calcula-se que só de equipamentos, passaria dos R$ 2 milhões. Sem contar os 37 empregos em suspenso — a empresa anunciou que vai paralisar atividades por "tempo indeterminado".