
Imagine sair de casa e se deparar com um emaranhado de fios que mais parece uma armadilha de aranha gigante. Pois é exatamente isso que os moradores da Asa Norte, em Brasília, estão enfrentando diariamente. Cabos de telefonia pendurados feito enfeites de natal fora de época — só que, em vez de alegria, trazem puro desconforto.
"Parece que os postes resolveram criar vida própria e começaram a soltar tentáculos", brinca — sem graça — o comerciante Marcos Silva, enquanto desvia de um fio que balança perigosamente a menos de um metro do chão. Não é para menos: além da poluição visual, esses "enfeites" urbanos podem esconder perigos sérios.
Riscos que ninguém vê (mas deveria)
O problema vai muito além da estética:
- Choques elétricos: Alguns desses cabos não estão devidamente isolados
- Acidentes: Idosos e crianças podem tropeçar ou se enroscar
- Queda de postes: O excesso de peso compromete a estrutura
E olha que curioso: enquanto a cidade discute smart cities e 5G, partes da capital federal parecem ter voltado para a era do telégrafo. "É uma contradição que dói nos olhos", comenta a arquiteta urbanista Renata Campos, enquanto fotografa o cenário digno de filme pós-apocalíptico.
De quem é a culpa? Bom, aí a história complica
Segundo especialistas consultados, o problema é crônico e tem vários pais:
- Falta de manutenção preventiva
- Instalações novas sobre as antigas (tipo sanduíche de fios)
- Fiscalização que parece fazer vista grossa
"É aquela velha história: todo mundo sabe, ninguém faz", resume o aposentado José Almeida, de 68 anos, enquanto aponta para um novelo de cabos que, segundo ele, "já virou ponto turístico do bairro".
Enquanto isso, as operadoras — que deveriam resolver o problema — jogam a batata quente umas para as outras. Enquanto não aparece um herói para desembaralhar esse novelo (literalmente), os moradores seguem fazendo malabarismos para conviver com os "enfeites" indesejados.