
Não é exagero, não. Quem passa pela QN 408 em Samambaia, no Distrito Federal, precisa fazer quase uma prova de slalom. A cena é de cortar o coração: uma verdadeira teia de fios elétricos caídos, pendurados, abandonados. Alguns quase roçando no chão, outros fazendo um malabarismo perigoso entre postes e árvores.
E olha, o perigo não é teórico, não. É real, palpável. Qualquer um, uma criança brincando, um motociclista distraído, um transeunte num dia de chuva, pode se tornar a próxima vítima de um descaso que já dura... bem, ninguém sabe ao certo há quanto tempo.
O Desabafo de Quem Vive Sob o Perigo
"A gente vive com o coração na mão", confessa uma moradora, que preferiu não se identificar – medo, né? Ela conta que já perdeu as contas de quantas vezes acionou a Energia-DF. "Eles sempre dizem que vão mandar uma equipe, mas a situação só piora. Parece que só vão resolver quando acontecer uma desgraça maior." É um sentimento de abandono que ecoa por toda a quadra.
E não é para menos. Alguns cabos simplesmente cortaram o caminho, bloqueando parcialmente a via. Um convite para o acidente. Outros ficam theredando no ar, num fio de esperança – literalmente – à espera de uma ventania mais forte para cair de vez.
E a Responsabilidade, de Quem É?
Aqui entra aquele jogo de empurra-empurra que o brasileiro já conhece de cor e salteado. A Energia-DF, claro, é a primeira a ser acionada. Mas aí que mora o problema: muitos desses fios podem ser de antigas operadoras de TV ou telefonia, aqueles cabos que ficaram obsoletos e nunca foram recolhidos.
Resultado? Um emaranhado de fios que ninguém quer assumir. E a população, é claro, que se vire para lidar com a ameaça silenciosa. É um problema de saúde pública, de segurança urbana, que está sendo varrido para debaixo do tapete.
O que fazer se você se deparar com uma situação dessas?
- Mantenha uma distância segura. Não chegue perto nem toque em nenhum cabo, mesmo que pareça inofensivo.
- Acione imediatamente a Energia-DF pelo número 116. Registre a ocorrência e exija um protocolo.
- Alerte outros moradores, especialmente crianças, sobre os perigos da área.
- Documente a situação. Fotos e vídeos podem ser cruciais para cobrar uma solução das autoridades.
Enquanto isso, em Samambaia, a vida segue – com medo, com cautela e com a esperança de que não seja preciso uma tragédia para que alguém, finalmente, resolva agir. Porque no fim do dia, fio caído é mais do que um incômodo visual: é uma roleta-russa elétrica à espera de um azarão.