Não foi um domingo qualquer no Eixão do Lazer. Enquanto famílias aproveitavam o espaço — aquele pedacinho de asfalto que vira parque nos fins de semana —, uma discussão banal por alguns metros de sombra acabou em tragédia. Dois grupos se desentenderam, a voz subiu, e, quando perceberam, já estava todo mundo no meio de uma briga feia.
Testemunhas contam que a coisa esquentou rápido. "Do nada, começou aquele empurra-empurra, e alguém deu um tapa. Aí virou bagunça geral", relata um vendedor de coco que preferiu não se identificar. No vídeo que circula nas redes — aquele tipo de conteúdo que você assiste com a mão no rosto —, dá pra ver o momento exato em que uma mulher cai no asfalto após ser empurrada com força.
O estalo que ninguém queria ouvir
O pior veio depois. Ao tentar se proteger da queda, ela esticou o braço — e o som do osso quebrando foi tão alto que até os brigões pararam por uns segundos. Sim, quebrado mesmo. Fratura exposta, aquela coisa que dói só de imaginar.
Enquanto uns corriam, outros tentavam ajudar. Um motoboy que passava por ali improvisou uma tala com uma régua e uma camiseta — porque no calor do momento, até os improvisos mais malucos fazem sentido. A ambulância demorou, claro (quando não demora?), e quando chegou, a vítima já estava pálida de dor.
E agora?
A Polícia Civil já abriu inquérito, mas até agora ninguém foi preso. Os envolvidos sumiram no meio da multidão — desses casos em que todo mundo vê, mas ninguém sabe de nada. A vítima, uma auxiliar administrativa de 34 anos, deve ficar com o braço imobilizado por pelo menos seis semanas. Sem falar nos traumas, que esses a gente carrega por muito mais tempo.
O Eixão do Lazer, aliás, nunca foi só lazer. É microcosmo da cidade — com suas alegrias, tensões e, às vezes, tragédias anunciadas. Será que precisamos mesmo chegar a esse ponto por um pedaço de sombra? A pergunta fica no ar, assim como o gosto amargo que esse domingo deixou.
