
Imagine a cena: de repente, tudo vira um breu. Foi assim que a noite de quarta-feira (3) começou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, o mais movimentado do Brasil. Uma queda de energia generalizada — daquelas que pegam todo mundo de surpresa — mergulhou terminais inteiros na escuridão e no caos mais completo.
Sem luz, sem informação, sem saber para onde correr. Esse foi o drama real de milhares de passageiros que, de uma hora para outra, se viram completamente perdidos no meio do que deveria ser uma jornada routineira. O que se seguiu foi uma sucessão de problemas: sistemas de check-in paralisados, esteiras de bagagem mortas, voos cancelados ou simplesmente… desaparecidos dos painéis.
E o pior: a escuridão não veio sozinha. Com ela, veio um calor abafado nos corredores — afinal, ar-condicionado também é luxo quando a energia decide dar adeus. E para completar o cenário de filme de terror, até os painéis de sinalização e os gatees eletrônicos pifaram. Quem precisava embarcar? Quem tinha voo remarcado? Ninguém sabia dizer.
Desespero, frustração e muita, muita confusão
Ah, e não pense que foi algo rápido. Não. A coisa se arrastou por longos minutos que pareceram horas, enquanto a equipe do aeroporto corria — ou tentava correr — contra o tempo para restabelecer o mínimo de operacionalidade. Enquanto isso, filas intermináveis se formaram nos balcões das companhias aéreas, com pessoas exaustas, crianças chorando e o humor lá embaixo.
Alguns viajantes, mais perdidos que cego em tiroteio, tentavam a sorte no escuro, usando a luz do celular para enxergar alguma placa ou sinal. Outros, simplesmente desistiram e sentaram no chão, na esperança — ou falta dela — de que alguém aparecesse com uma solução.
“Foi um daqueles momentos em que você percebe o quanto dependemos de uma simples tomada”, comentou um passageiro, visivelmente abalado. “Um minuto tudo funciona, no seguinte, vira um pandemônio.”
E as companhias aéreas? Como ficou?
Boa pergunta. Com os sistemas offline, várias delas tiveram que improvisar na base do grito e do papel. Muita gente recebeu orientação — quando recebeu — para remarcar voos ou procurar alternativas, mas a comunicação, de modo geral, foi um verdadeiro desastre.
O transtorno não foi pequeno. Além dos cancelamentos na hora, o efeito dominó de uma pane dessas deve se estender pelas próximas horas — quiçá dias —, afetando a programação de dezenas de voos e a vida de quem dependia deles.
Uma coisa é certa: a noite de quarta-feira em Guarulhos vai ficar na memória — e não é pela vista bonita da pista.