
Imagine acordar com água batendo na cintura dentro da sua própria casa. Foi exatamente o pesadelo que moradores de um bairro na região continental de Florianópolis viveram nesta madrugada.
Por volta das 3h da manhã, um estrondo seguido de um jorro d'água que parecia ter saído de um filme de desastre. A adutora responsável pelo abastecimento da região simplesmente rompeu — e não foi pouco. A tubulação de 600mm virou uma espécie de mini-tsunami urbano.
O caos da madrugada
"Parecia que o mar tinha invadido a rua", conta Maria de Fátima, moradora há 15 anos no local. "A água entrou tão rápido que nem deu tempo de salvar os eletrodomésticos."
Os números preliminares assustam:
- Pelo menos 12 residências atingidas
- Água chegou a 1,5 metro de altura em algumas casas
- Ruas transformadas em rios por mais de 4 horas
Equipes da CASAN (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) levaram quase duas horas para conseguir isolar o vazamento. E olha que o estrago já estava feito...
Além da água, a lama
Quando a água baixou, o que ficou foi um cenário digno de zona de guerra. Móveis flutuando, documentos destruídos e — pior — uma camada grossa de lama cobrindo tudo. "Meu porão virou uma piscina de barro", desabafa o aposentado João Carlos, mostrando fotos do local.
O problema? A tubulação rompida tinha mais de 30 anos de uso. E pasmem: já havia registros de pequenos vazamentos na área nos últimos meses. "A gente reclamava, mas diziam que era só ajuste", conta uma moradora que prefere não se identificar.
E agora, José?
Enquanto isso, a CASAN soltou um comunicado dizendo que:
- As equipes trabalham para restabelecer o abastecimento
- Vão avaliar os danos e causas do rompimento
- Falam em "indenizações conforme a lei"
Mas os moradores? Estão literalmente com água até o pescoço. "Promessa a gente já está cheio, queremos ação", dispara uma líder comunitária, enquanto ajudava a retirar móveis danificados.
O prejuízo é incalculável — e não só material. Famílias perderem fotos, documentos, lembranças. "Minha casa era minha vida, agora parece um cenário pós-apocalíptico", desabafa Dona Marlene, de 72 anos.
PS: Enquanto escrevíamos esta matéria, um novo vazamento foi reportado em outra rua próxima. Coincidência? A gente duvida...